Ernesto Araújo

É preciso preservar e promover a democracia

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Há um ano e meio procuro explicar o novo Brasil ao mundo, nossa luta para desmantelar o sistema de corrupção e atraso, nosso compromisso e fé na liberdade e democracia, nosso projeto de erguer uma nação próspera e soberana alicerçada nos valores e identidade do povo brasileiro.

Nossa política externa tem contribuído não só para explicar mas para realizar esse novo Brasil, mediante novos acordos comerciais fundamentais a uma economia dinâmica integrada ao mundo, pela defesa de nossos valores e pela criação de parcerias com as grandes democracias.

De fato, estamos criando as parcerias internacionais que contribuem a mudar a lógica de nosso sistema: saindo de uma economia estatista geradora de corrupção, voltada aos interesses dos políticos, para uma verdadeira economia de mercado, voltada aos interesses dos cidadãos.

Finalizamos o Acordo de Associação com a União Europeia, criamos aliança inédita com os EUA, preparamos o ingresso na OCDE, lançamos parceria estratégica com a Índia, criamos nova relação com Israel, negociamos com Canadá e Coreia, teremos novos processos c/ Japão e Austrália.

Além de reforçar a economia, trabalhamos para promover a segurança na nossa região e enfrentar o esquema de esquerdismo-narcotráfico-crime organizado-terrorismo que subsiste na América Latina. Com os parceiros regionais queremos integração enraizada na democracia e economia aberta

O Brasil está empenhado em participar como um dos atores centrais na construção de um mundo pós-Covid baseado não apenas na eficiência econômica mas também na democracia e na liberdade. Não basta falar na “economia do futuro”, há que estabelecer a democracia do futuro.

O mundo não pode mais ser indiferente à democracia. Se pela nossa Constituição todo o poder emana do povo, talvez devamos conceber um mundo onde todo o poder emane dos povos, ou seja, das nações, entidades vivas, que se coordenam em vários formatos para promover a liberdade.

Nosso projeto nacional e nossa atuação internacional, portanto, se complementam e se reforçam mutuamente. Este Brasil que trabalha pela democracia, tanto em casa quanto fora, é o Brasil que o mundo cada vez mais precisa enxergar.

Uma das prioridades de nossa política externa, por tratar-se de um pilar da democracia, é a defesa da liberdade de expressão, princípio garantido em todos os instrumentos internacionais de Direitos Humanos e na nossa Constituição.

A liberdade de expressão, em especial na Internet e nas redes, é mais fundamental do que nunca, pois a Covid acelerou a transição para a sociedade digital, com novas tecnologias e novo ambiente que têm grande potencial libertador, mas também podem prestar-se ao controle social

A sociedade digital pode ser um sonho ou um pesadelo, dependendo de nossa capacidade de preservar e promover a democracia e, de modo muito especial, a liberdade de expressão.

Nossa política externa continuará trabalhando em favor do projeto democrático de transformação nacional escolhido pelos brasileiros. Trabalhará igualmente para que o Brasil cumpra sua vocação de ser parte determinante numa transformação mundial rumo à liberdade.

O embaixador Ernesto Araújo é o ministro das Relações Exteriores.

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