Pedro Luiz Rodrigues

Brasil e Argentina, em bom caminho

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O Ministro das Relações Exteriores da Argentina, Felipe Solá, virá a Brasília nesta quarta-feira (13 de fevereiro), com a missão de começar a construir com o governo Bolsonaro canais de relacionamento capazes de salvaguardar a miríade de interesses entrelaçados, que fazem do Brasil e da Argentina os países mais integrados da América Latina.

A despeito de alfinetadas recíprocas, desferidas pelos mandatários de um e de outro lado – referentes às distintas características protoideológicas dos sistemas políticos que vigem em cada um dos países -, felizmente nada houve de sério que pudesse comprometer os fundamentos de nossa convivência.

Espera-se do encontro entre os dois chanceleres, nesta quarta-feira, muita maturidade. Felipe Solá e o futuro embaixador da Argentina no Brasil, Daniel Scioli, foram forjados na escola pragmática do presidente Carlos Menem e são ambos expoentes do peronismo. Têm os dois se empenhado em reduzir tensões que foram geradas por declarações de campanha, que não mais condizem que as exigências da governança. Sabem que um bom relacionamento com o Brasil é fundamental para o sucesso da administração do presidente Alberto Fernández.

Do lado brasileiro, o Palácio do Planalto já deu sinais claros de que está disposto a iniciar um diálogo sério com a Argentina. O presidente Bolsonaro decidiu pessoalmente se fazer representar por seu vice, o general Hamilton Mourão, na cerimônia de posse de Fernández, em dezembro passado. Também o Presidente da República deu luz verde para que Mourão recebesse Scioli, também em dezembro, para uma conversa de fundo. Também relevante tem sido o papel exercido pelo ministro Osmar Terra em favor de uma reaproximação bilateral.

Pedro Luiz Rodrigues, embaixador aposentado e jornalista. Foi chefe do setor político da Embaixada do Brasil em Buenos Aires entre 1993 e 1997.

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