Ausências que ferem

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Horrores das guerras, ambições desenfreadas, brutalidade apavorante, tragédias climáticas, quadras medonhas entristecendo almas e corações. O planeta amesquinhou-se. Privando o ser humano de tudo de bom e saudável que valorizamos na vida. O abraço evaporou-se. O dia do abraço quase passa despercebido.

A ausência do abraço machuca sentimentos. Entristece amigos. O abraço une emoções. Surge no clarão da luz como fé. Irradia esperanças. O abraço enfrenta fúrias.  Aproxima adversários e desafetos. O abraço é mais forte do que maus e falsos sentimentos. O abraço fortalece o espírito. Alivia temores. Aproxima a solidariedade. É o chamego da luz. Tem o encanto do respeito. É a chama que anuncia o belo. É o sinal que o amor existe e precisa ser exaltado.

A linguagem das águas flutua no vazio do silêncio. Rio e lagoa viraram barro e lama. Perderam o mistério dos peixes. Barcos, canoas e lanchas são desalentos das margens tristes. Casas e móveis boiando na frieza da desesperança. A avalanche de lama conta mortos. Desabrigados gaúchos são reféns do desalento. O canto das águas perdeu a ternura. As enxurradas provocam vento e frio no varal da agonia.

Vicente Limongi Netto  é  jornalista e servidor aposentado do senado federal

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