Ronald Carvalho

Aniversário de uma coerência

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Faz 30 anos que conto uma mesma história. Na véspera da eleição presidencial de 1989, fui o único responsável pela edição do debate entre os candidatos. Ao depor sobre o que a TV Globo exibiu, Armando Nogueira, in Memorian, mentiu, Alice-Maria mente até hoje. Os dois foram omissos e irresponsáveis. Seguindo o acervo da Globo Memória Editorial há outros depoimentos incorretos.

Debate da campanha presidencial de 1989, na vitória de Collor.

Pinheiro era um militante político e Otávio Tostes, coitado, um pusilânime, que tudo faria para agradar à nova direção. Alberico Sousa Cruz, correto, entrou nessa história, injustamente, pela mitomania de Armando e seus acólitos. Estava em São Paulo e só chegou ao Rio quando o episódio já havia chegado ao fim.

O depoimento de Armando é mentiroso e cheio de ressentimentos, para ferir Alberico e a mim. Triste, bons intelectuais também morrem no caráter.

Para festejar a data, uma revelação de repórter: Confesso que FRAUDEI a edição. Ajudei Lula no debate: pelo sorteio, a fala que terminaria o debate seria de Lula, que assim se pronunciou: ” Vim para debater com um Caçador de Marajás, mas encontrei um Caçador de Maracujá”. A pronuncia final é decisiva.

Lula tinha se comportado muito mal em toda a exposição de ideias. Então, tive pena de tamanha indigência de discurso, muita pena. Troquei a sonora. Busquei uma fala mais republicana e solene. Sei que foi uma fraude, grave erro de um editor, mas sem nenhuma ideologia, cometi o deslize por razões estéticas de linguagem, perante à História. Caçador de Maracujá, encerrando o primeiro debate presidencial, é vergonhoso demais para nossas gerações.

Por favor, podem conferir. Assistam aos vídeos e às íntegras.

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