José Maurício de Barcellos

A ação e a reação

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No último fim de semana, o Brasil se vestiu de verde e amarelo e, pela undécima vez, foi para as ruas pedir a saída imediata dos seis “Mandarins Solta Bandidos” do STF que esbofetearam a honra da Nação Brasileira, colocando na rua o criminoso internacionalmente conhecido sob a alcunha de “Lula”. Na esteira daquela fantástica reação seguiram homens honrados do quilate do incrível e destemido jurista Modesto Carvalhosa e o povão de um modo geral: homens, mulheres, jovens, crianças, velhos, homens sãos e doentes em suas cadeiras de rodas e muitos mais. Também nesses dias se viu – e ainda se vê – diferentes grupos de pessoas por todo País que, diante da presença insultuosa do “Ogro Libertado”, saíram correndo atrás do marginal apedrejando-o com incontido asco e gritando a todos os pulmões: “lula ladrão seu lugar é na prisão”.

Os Barões dos Conglomerados da Comunicação deram ordens para que a jornadalha sem verniz não exibisse nada disso nem dissesse uma palavra sobre o assunto. A grande mídia, então, enfiou a viola no saco e ajoelhada, diante de seus donos, passou a rezar para que este triste momento da vida nacional caísse no esquecimento. Como são covardes, desprezíveis e sem espinha dorsal esses escrevinhadores do “Sistema Goebbels”, da “Foice da São Paulo” e de outros periódicos do mal! Por isso mesmo a maioria deles nem às ruas saem mais, temendo serem justiçados. Bem feito.

Seguramente, não se tem notícia de que outrora na vida política deste País, figuras públicas como as dos Ministros Gilmar Mendes, Dias Toffoli, Celso de Mello, Lewandowiski, Marco Aurélio, Rosa Weber, bem como a do senador Alcolumbre e a do Deputado Rodrigo Maia – estes últimos representando todo o lado negro do Congresso – tenham sido tão desmoralizadas ou tenham tido a trajetória tão pisoteada ostensivamente. Caso isso acontecesse há uns cinquenta anos, esses homens nem mais teriam coragem de sentar-se à mesa com suas famílias. Agora, entretanto, conquanto não ponham as caras nas ruas, vivem se reunindo em convescotes e nas fotos das revistas e dos jornais surgem rindo, rindo a bandeiras despregadas, escarnecendo deste povo sofrido e aflito.

Quando vejo um servidor público daqueles, que ali deveriam estar para servir um público paupérrimo, circulando por seus palácios e ostentando todo fausto que pagam com o os recursos que arrancam da sofrida classe trabalhadora, tenho ímpetos de avançar para cima desses energúmenos e apeá-los de seus privilégios e regalias a bofetões, tal como ocorre quando o povão bate em punguista pego em flagrante no meio das ruas. Digo que nem isto eles merecem. Nas ruas ouvi o povão dizer que um cabo e um sargento para prendê-los já seriam demais e muito onerosos para os cofres públicos.

Quando o Supremo soltou o “Analfa de Garanhuns” para de perto voltar a comandar sua quadrilha e o Congresso juntamente com a escumalha dos operadores do direito homiziaram-se em seus redutos para se regozijar, ai mesmo é que só me vieram à cabeça as legiões de desvalidos acuadas pelo crime organizado, os miseráveis perdidos e degradados nas filas dos hospitais e as famílias inteiras de desempregados vivendo na maior miséria. Confesso um incontrolável sentimento de nojo e tenho certeza que este sentimento é o mesmo que identifiquei em todas as pessoas que participaram das últimas manifestações cívicas, cujo caráter ordeiro e pacífico não conseguiu esconder.

Na volta para casa, ainda com a bandeira do Brasil nos braços, percorri a pé quase uma dezena de quarteirões pensando que em nosso País a pusilânime vida de faz de conta não pode mais ser suportada e que já não é mais possível escapar da rota de colisão que se estabeleceu em relação à horda de bandidos que nos desgraçaram e nos envergonharam perante o Mundo. A Brasília e os feudos estaduais dos príncipes e dos nababos da coisa pública não enxergam o mar de larvas incandescentes que avança por debaixo de seus pés. Quando tentarem abandonar suas posições já será tarde demais. Melhor seria que recitassem o mea-culpa e fugissem de seus esconderijos mesmo que desonrados, mas com vida.

Antes que os pacifistas de uma figa e os “isentões das calças sujas” venham me demonizar por conta de meus vaticínios, vou logo dizendo que não estou me pautando por atitudes menores da vermelhada burra e incompetente, que mordisca dia e noite o governo atual porque lhes impediu de continuar roubando. Não dou importância alguma enquanto uns porcarias do tipo Pimenta, Valente, Molon, Feghali, Maria do Rosário e de outros “Capitães Cueca” da vida se contorcem de inveja de um Sérgio Moro, de um Paulo Guedes ou do Capitão Tarcísio de Freitas e ficam rosnando bobagens no Parlamento. Não vou conferir importância a um Freixo do PCCSOL – isto mesmo partido do PCC e do CV – quando tem o desplante de bajular a execrável Rede Globo e de posar ao lado do “Ladrão-Mor” pensando em voar alto na direção do executivo municipal do Rio de Janeiro. Igualmente não estou dando relevância quando o “Nhonho Rodrigo Mala” – filho de um antigo camaleão da abjeta classe política – quer se encontrar com Lula para tentar subir na vida. Este imbecil com cara de debiloide já foi longe de mais e, por mais que trame, é certo que a fantástica Operação Lava Jato está no seu encalço e também no encalço do seu pai, antigo lambaio do meliante Leonel.

Confiro importância aos casos das reformas estruturais que ao invés de serem implantadas estão servindo como moeda de troca para os políticos e para os poderosos afinal garrotearem o Governo. Esses incautos não perdem por esperar porque, como um dia pontuou o grande poeta e estadista francês Victor Hugo: “quem antepõe obstáculos às águas de um rio obtém como resultado inundações; quem antepõe barreiras ao porvir provoca revoluções”.

Estou preocupado, e com razão, em virtude das barreiras levantadas pelos Presidentes das duas casas do Congresso para destruir as propostas e as ações já encetadas visando a por fim à corrupção e ao crime organizado para proteger a pele. Sinto-me arrasado quando constato que o Brasil não consegue dar emprego decente para sua gente vitimada pela esquerdalha maldita, porque os tais canalhas resistem de variadas maneiras sabendo que quando os pobres tiverem o mínimo para viver com dignidade serão eles próprios os primeiros a atacar quem os infelicitou. Tudo isso sim fará o povo se rebelar, mais cedo ou mais tarde, inevitavelmente. Quem viver verá.

Digo que a rebelião dos verdadeiros donos do poder não tarda porque ouço os seus sinais e já escuto os galopes de suas colunas avançando. Quando mais o tempo passa maior será sua fúria. Ainda outro dia correu pelo território livre da rede mundial dos computadores os vídeos de diversos lideres dos caminhoneiros dizendo abertamente para os “Mandarins Solta Bandidos” que não pusessem o criminoso Lula na rua novamente porque subiriam com seus caminhões as escadas do STF e lhes retirariam de lá aos trancos e às tapas. A resposta do “Olimpo” veio através dos “deformadores de opinião do Sistema Goebbels” que, a mando de Gilmar Mendes, determinou que desafiassem aquela valente classe de trabalhadores a adotar qualquer atitude que fosse. Pisaram no caminhoneiro e escarneceram de sua coragem. Colocaram o dedo em nossas caras libertando o bruto. Acham que não vai ter troco? Pois que esperem sentados em seus castelos.

Jose Mauricio de Barcellos, ex Consultor Jurídico da CPRM-MME, é advogado.Email.bppconcultores@uol.com.br.

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