TSE cassa mandato de Neri Geller, ex-ministro da Agricultura de Dilma
Deputado fica inelegível por 8 anos, após ser enquadrado na Ficha Limpa

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) cassou por unanimidade, nesta terça-feira (23), o mandato do deputado federal Neri Geller (PP-MT), ex-ministro da Agricultura da ex-presidente impichada Dilma Rousseff (PT).
Geller é acusado de captação ilícita de recursos para financiar campanhas políticas e foi enquadrado na Lei da Ficha Limpa, ficano inelegível por oito anos.
O ex-ministro seria candidato ao Senado este ano, mas seu registro de candidatura estava pendente. Ele ainda pode recorrer ao Supremo Tribunal Federal (STF), mas a cassação do mandato só é efetivada após decisão da Câmara dos Deputados.
Todos os ministros do TSE concordaram com a denúncia do Ministério Público Eleitoral (MPE), segundo a qual Geller montou um esquema de triangulação bancária para receber recursos de empresas e financiar campanhas de deputado estadual no Mato Grosso.
De acordo com a ação, Geller doou R$ 1,3 milhão para a campanha de 11 candidatos, sendo que mais da metade desses recursos financiou a campanha de políticos eleitos, informou o MPE.
O relator no caso, ministro Mauro Campbell, disse que uma “trama” financeira foi montada para a captação de recursos vedados pela legislação eleitoral. A conclusão foi tomada a partir da análise de extratos bancários e documentos fiscais, afirmou.
Posição do deputado
Em nota, a assessoria jurídica do deputado Neri Geller disse que ele foi “cassado injustamente e prova irrefutável disso foi a decisão em cima de um pedido que sequer fazia parte dos autos”. O texto acrescenta que “Geller foi condenado por ser produtor rural, e por natureza intrínseca, vender soja e milho”.
Por fim, a nota diz que “a assessoria jurídica do parlamentar continuará trabalhando pelos meios judiciais cabíveis”.