Operação Cadeia Velha

TRF2 ouve deputados estaduais em investigação sobre corrupção na Alerj

Denúncia calcula que esquema envolve propinas superiores a R$ 130 milhões

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O presidente afastado da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, Jorge Picciani, foi um dos deputados presos na Operação Cadeia Velha - Tânia Rêgo/ABr

O Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF2), no Rio de Janeiro, ouviu hoje (4) os depoimentos dos deputados estaduais Luiz Paulo (PSDB) e André Ceciliano (PT) como testemunhas de defesa do presidente afastado da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), Jorge Picciani (MDB), no âmbito das investigações de pagamento de propina em troca de interferência política em contratos ligados a área de transportes.

Os deputados também prestaram depoimento como testemunhas de defesa dos deputados Paulo Melo (MDB) e Edson Albertassi (MDB), antigo líder do governo na Alerj, todos presos na Operação Cadeia Velha, um dos desdobramentos da Lava Jato no Estado.

Na operação, o Ministério Público Federal apontou a prática dos crimes de corrupção passiva, participação em organização criminosa e lavagem de dinheiro. Os procuradores apuram esquema de pagamento de propinas envolvendo a Construtora Odebrecht e a Federação das Empresas de Transportes de Passageiros do Estado do Rio de Janeiro (Fetranspor) em troca do uso da influência dos parlamentares na Alerj.  Um dos crimes descritos é o recebimento propinas superiores a R$ 130 milhões para favorecer os interesses da Fetranspor.

Os dois parlamentares disseram em depoimento que nunca trataram reservadamente de temas ligados ao setor de transportes com os acusados.

Listado como testemunha pela defesa do deputado Paulo Melo, André Ceciliano foi questionado pelo Ministério Público Federal sobre a falta de transparência das discussões do colégio de líderes da Alerj, onde são antecipados os debates previstos para o plenário da casa.

Ceciliano explicou que o Colégio de Líderes costuma discutir temas importantes e polêmicos e praticamente todas as propostas vindas do Executivo. Assim, segundo ele, a antecipação do debate sobre as emendas parlamentares no colégio de líderes agiliza a votação.

“Algo que poderia durar oito ou dez horas, dura duas”, disse Ceciliano, ao explicar que as sessões podem ser acompanhadas pelo governo, setores afetados pelas propostas e outros parlamentares. (Com ABr)

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