Lava jato

STF julga dia 17 inquérito contra Aécio por corrupção e obstrução da justiça

Irmã e primo do senador e empresário também foram acusados pela PGR

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O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Marco Aurélio Mello incluiu na pauta da próxima terça-feira, 17, da Primeira Turma da Corte, a análise da denúncia contra o senador Aécio Neves (PSDB-MG) por corrupção passiva e obstrução à Justiça na Operação Lava Jato.

O tucano foi denunciado no ano passado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) após a delação premiada dos empresários Joesley e Wesley Batista, do grupo J&F. A irmã do parlamentar Andrea Neves, o primo Frederico Pacheco, e o empresário Mendherson Souza Lima, ex-assessor do senador Zezé Perrella (MDB-MG), também foram acusados pela procuradoria. Se a denúncia for recebida, Aécio e os demais passam a ser réus.

No último dia 27, a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, reiterou a denúncia contra Aécio e os outros três acusados e rebateu as alegações iniciais da defesa. O senador é acusado de solicitar e obter, junto a Joesley Batista, propina no valor de R$ 2 milhões e de tentar atrapalhar o andamento da Lava Jato. O pedido de dinheiro foi gravado por Joesley. O tucano alega que solicitou apenas um empréstimo pessoal ao empresário para pagar advogado. Mas a versão não convenceu Dodge.

Segundo a PGR, a “vantagem indevida” fica caracterizada “quando o senador afirma que a pessoa que iria receber as parcelas deveria ser alguém ‘que a gente mata antes de fazer delação’. Além disso, a forma como os valores foram entregues, em dinheiro, com utilização de artimanhas para dissimular o seu recebimento (inclusive com a parada do veículo que os transportou em local sem qualquer registro de câmeras, conforme detalhado pelas autoridades policiais em seus relatórios), também demonstra a ilicitude da transação”, sustenta a procuradora. Segundo ela, o senador “empregou todos os seus esforços” para atrapalhar as investigações da Lava Lato.

A denúncia é baseada nas investigações da Operação Patmos, que resultou no afastamento temporário de Aécio do mandato e na prisão da irmã, do primo e do assessor parlamentar de Perrella. Imagens mostraram o momento em que o parente do senador recebeu o dinheiro de um emissário de Joesley. O tucano ainda é alvo de outros cinco inquéritos no Supremo.

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