Ataques às instituições

Se hoje atiram fogos, ‘amanhã pode ter bala’, diz Gilmar sobre ataques ao STF

Ministro do STF acha que a prisão pode ser 'remédio adequado' contra ataques a instituições

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Gilmar Mendes durante sua entrevista, esta manhã, à Rádio Bandeirantes de São Paulo.

A prisão preventiva pode ser “o remédio adequado” contra pessoas que atacam as instituições, afirma Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal.

Hoje cedo, a Polícia Federal prendeu em Brasília seis ativistas bolsonaristas, incluindo Sara Winter, líder de um grupo de nominado “Os 300 de Brasília”.

Winter já apareceu em vídeos xingando e ameaçando ministros do Supremo, além de ter participado do ataque com fogos de artifício ao STF na noite de sábado.

Em entrevista exclusiva à Rádio Bandeirantes, Gilmar Mendes disse ser “grave” que o presidente da República não desestimule atos como esse: “Hoje estão atirando fogos, amanhã pode ter bala”.

O ministro do STF vê episódios como o ataque ao STF como fruto do “radicalismo” que se instalou no Brasil. Para o magistrado, muitos dos que participam desse tipo de ato buscam “meio-minuto de fama”.

Ele demonstrou preocupação com a presença de militares da ativa no governo, citando como exemplo o Ministério da Saúde que, na opinião dele, deveria ser comandado por técnicos, ao contrário do que está ocorrendo.

“Antes, falava-se que o PT era o partido da boquinha. Agora, parece haver aparelhamento via Forças Armadas”.

Gilmar condenou a nota assinada por Bolsonaro, o vice Hamilton Mourão e o ministro da Defesa, Fernando Azevedo e Silva, dizendo que as Forças Armadas não vão cumprir “ordens absurdas”:

– “Será que eles podem traduzir o sentimento das Forças Armadas? Receberam autorização dos comandantes? Serão eles os juízes dos julgamentos? ”, questionou o ministro do Supremo.

O magistrado disse não ser favorável ao afastamento de Bolsonaro e salientou que torce pela estabilidade institucional. O ministro conversou com os jornalistas José Paulo de Andrade, Claudio Humberto, Thays Freitas e Pedro Campos, no Jornal Gente.

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