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PF investiga compra de decisões na Aneel por empresas da área de energia elétrica

Ex-diretor da agência reguladora virou diretor da empresa que beneficiou com suas decisões

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Sede da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), em Brasília.

A compra de decisões da Aneel, agência reguladora de energia elétrica, é o foco da operação que a Polícia Federal deflagrou nesta sexta (21), em Brasília, cumprindo mandados de busca e apreensão contra três investigados

A propina foi paga entre os anos de 2010 e 2013 a um ex-diretor da Agência Nacional de Energia Elétrica, que seria Edvaldo Alves Santana, cujo nome foi citado em recente denúncia do Ministério Público Federal, para beneficiar empresas do setor de energia.

A investigação foi provocada em 2016 por nota técnica da Controladoria-Geral da União (CGU) que identificou indícios de irregularidades em decisões da diretoria da Aneel contrárias a pareceres técnicos da própria agência para beneficiar empresas do ramo de energia, impondo prejuízos de mais de R$12 milhões aos cofres públicos.

Sete meses depois de deixar o cargo, um ex-diretor da Aneel abriu uma empresa consultoria foi contratado como diretor de empresas da área de energia, passando a receber transferências e depósitos de empresas beneficiadas pelas decisões suspeitas da agência.

Entre os anos 2014 e 2015 houve um aumento de depósitos nas contas vinculadas ao ex-diretor e sua empresa, de aproximadamente 300% em relação aos anos de 2011 a 2013.

Parte dos valores depositados não consta na declaração de imposto de renda dos dois anos. De acordo com a investigação, as transferências seriam a contraprestação pelos benefícios obtidos pelas empresas.

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