Formação de cartel

Paulo Preto é condenado a 27 anos de prisão em ação da Lava Jato

Ex-diretor da Dersa é apontado como operador do PSDB-SP

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Estatal entra com ação de improbidade administrativa contra engenheiro após notificação do Ministério Público por possível corresponsabilidade. Foto: Geraldo Magela/Agência Senado

O ex-diretor da Dersa (estatal paulista de rodovias) Paulo Vieira de Souza, conhecido como Paulo Preto, foi condenado nesta quinta-feira, 28, a pena de 27 anos e oito dias, sendo os oito primeiros anos em regime fechado. Essa foi a primeira condenação conseguida pela força-tarefa da Lava Jato em São Paulo.

Neste processo, o Ministério Público Federal (MPF) denunciou Paulo Preto e outras 32 pessoas por fraude de licitação e formação de um cartel de empreiteiras para a construção do trecho sul do Rodoanel, obra que conecta as principais rodovias da região metropolitana de São Paulo, entre 2004 e 2015. O processo foi desmembrado e apenas o ex-diretor da Dersa foi condenado nesta quinta-feira.

A sentença foi dada pela juíza Maria Isabel do Prado, da 5ª Vara Criminal de São Paulo.

Ele também é réu em outro processo que tramita em São Paulo, a respeito de desvios de R$ 7,7 milhões em reassentamentos do Rodoanel Sul —mas como completa 70 anos no próximo dia 7, as acusações devem prescrever.

O processo já estava em fase final, mas a tramitação ficou mais lenta após uma decisão do ministro Gilmar Mendes, relator de liminares do caso no Supremo Tribunal Federal (STF).

As acusações tiveram como principal base dois acordos de leniência da Odebrecht com o Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica). Oito executivos da construtora delataram o caso em 2017.

Também foram usados como prova acordo da construtora Carioca homologado pela Justiça Federal de São Paulo e depoimento de dois executivos da Queiroz Galvão —que também foram denunciados como réus colaboradores e devem ter redução de pena caso sejam condenados.

O ex-diretor da Dersa está preso desde a última terça-feira pela Lava-Jato de Curitiba, quando foi preso em relação a depósitos feitos em uma conta que mantinha na Suíça.

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