Novo acordo de leniência

Odebrecht pagará R$ 162 milhões para Eletrobras por corrupção

Pagamento corresponde a ressarcimento na construção das usinas de Santo Antônio e Belo Monte

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Ex-executivos temem que empresa não pague acordo que viabilizou delações.

A Odebrecht assinou no dia 31 de dezembro, o termo de adesão ao acordo de leniência firmado com o Ministério da Transparência e Controladoria-Geral da União (CGU) para pagar R$ 161,9 milhões para a Eletrobras e empresas da holding por conta das participações acionárias nas usinas hidroelétricas de Santo Antônio e de Belo Monte, obras em que foram constatados pagamentos de propinas a autoridades.

Segundo comunicado da Eletrobras, divulgado nesta quarta-feira, 2, o valor será pago em 21 parcelas anuais, corrigidas pela Selic (taxa básica de juros) a partir de outubro deste ano. O maior valor será para Furnas: R$ 117,7 milhões. Depois veem Eletronorte (R$ 17,7 milhões) e Eletrobras e Chesf, cada uma com R$ 13,3 milhões.

A Eletrobras informou que uma investigação independente, contratada pela estatal, constatou que suas empresas tiveram perdas de R$ 122,8 milhões com a participação na usina de Santo Antônio e de R$ 91,5 milhões com Belo Monte até o final de 2017.

“A adesão ao acordo é uma oportunidade de fazer retornar à Eletrobras parte dos recursos a que a companhia tem direito, diante dos prejuízos causados pela Odebrecht, decorrentes do esquema de corrupção desvendado pela Operação Lava Jato”, disse a empresa no comunicado.

Em 2016, após devassa da Operação Lava Jato, a Odebrecht reconheceu que pagou propinas a autoridades no Brasil e em outros países para obter grandes contratos de obras públicas. Em 2018, a estatal firmou o acordo de leniência se comprometendo a devolver R$ 2,7 bilhões à União e empresas estatais lesadas por atos de corrupção.

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