Posse histórica no TST

Nova presidente do TST, que nasceu no Uruguai, vai com Bolsonaro à posse de Lacalle

Convite do presidente foi reafirmado em discurso no qual ele destacou a posse histórica de Cristina Peduzzi

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O presidente Jair Bolsonaro esteve na posse de Cristina Peduzzi, primeira mulher a presidir o TST - Foto: Fábio Rodrigues Pozzebom/ABr.

O presidente Jair Bolsonaro convidou a nova presidente do Tribunal Superior do Trabalho (TST), ministra Cristina Peduzzi, a integrar sua comitiva à posse do novo presidente do Uruguai, Lacalle Pou, no próximo dia 1º de março. A ministra, que é brasileira, nasceu no país vizinho.

Bolsonaro esteve na posse de Cristina Peduzzi, nesta quarta-feira (19), em Brasília, e quebrou o protocolo aompedir a palavra e fazer um discurso de improviso, no qual destacou o fato de a ministra fazer história, na condição de primeira mulher a assumir a presidência do TST.

Também estiveram presentes os presidentes da Câmara, Rodrigo Maia, e do  do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli, além autoridades de tribunais superiores, do governo federal e do Ministério Público.

Prioridades da presidente

A valorização da Justiça do Trabalho no desempenho das suas funções institucionais de prevenir e pacificar os conflitos sociais é o compromisso prioritário da nova presidente TST e do Conselho Superior da Justiça do Trabalho, segundo ela afirmou no discurso de posse.

É a primeira vez que o TST será presidido por uma mulher desde que o tribunal foi criado no país, em 1946. Cristina Peduzzi foi eleita em dezembro para um mandato de dois anos. Além dela, também tomaram posse o ministro Vieira de Mello Filho, como vice-presidente do tribunal; e o ministro Aloysio Corrêa da Veiga, que passou a ser novo corregedor-geral da Justiça do Trabalho.

Peduzzi disse que, entre os principais desafios, está o de garantir dignidade às novas relações de trabalho que têm sido construídas pelas transformações tecnológicas. Ela defendeu a construção de um conceito de trabalho digno que leve em conta o ambiente mediado cada vez mais pela digitalização.

“Vivemos um momento de grandes transformações tecnológicas, na área da inteligência artificial, robotização, cibernética, que por um lado promovem, pelo aspecto da agilidade processual, muitas facilidades, e por outro, apresentam muitos desafios do mundo do trabalho. Este é o maior dos desafios, construir um conceito de trabalho digno nessa nossa contemporaneidade”, afirmou.

Cristina Peduzzi também pretende valorizar o papel da Justiça do Trabalho no país. “Nós temos compromisso que eu assumi hoje, publicamente, de valorizar mais, sempre dar continuidade ao processo de valorização da Justiça do Trabalho, sempre mostrando à sociedade da importância da sua atuação, quer na prevenção, quer na solução dos conflitos do trabalho. Ressalto que, na prevenção dos conflitos, seja no plano de direito individual seja no plano de direito coletivo, evitando greves e compondo interesses, a Justiça do Trabalho desempenha um papel notoriamente essencial”, acrescentou.

Perfil

Bacharel em Direito e mestre em Direito Constitucional pela Universidade de Brasília (UnB), Cristina Peduzzi atuou como advogada nos tribunais superiores de 1975 até tomar posse no TST. Foi procuradora da República (1984), procuradora do Trabalho (1992) e professora universitária de graduação e de pós-graduação na UnB e em outras instituições de ensino superior.

Foi vice-presidente do TST e do CSJT no biênio 2011/2013 e conselheira do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) de 2013 a 2015. Entre 2016 e 2018, foi diretora da Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados do Trabalho (Enamat).

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