MPDF apura o envolvimento de outros servidores do DER em esquema de corrupção
O único servidor do DER que foi preso não tem acesso ao lançamento de multas
Os promotores do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) apuram o envolvimento de mais servidores do Departamento de Estradas de Rodagem do Distrito Federal (DER/DF), no esquema de corrupção relevado ontem, tendo em vista que o único servidor preso, trabalha com guincho, e não tem acesso ao lançamento de multas.
Agora o trabalho do MPDFT será realizado por meio de três linhas de investigação: ou algum servidor do administrativo não inseria as multas no sistema do DER-DF, ou algum agente de trânsito não lançava as multas corretamente, ou ainda, alguém, de um setor mais acima, conseguia retirar essas multas do sistema, mesmo depois de lançadas.
O promotor Marcel Bernardi ressalta que motoristas foram flagrados negociando e pagando propina para terem suas multas canceladas. “Não ficava só na promessa. Verificamos que de fato, essas pessoas, após pagarem a propina, recebiam a CNH de volta, tinham o auto de infração destruído na frente delas e não tinham a infração inserida no sistema”. Na maioria dos casos, os motoristas tinhas a carteira de habilitação apreendida, por terem se recusado a fazer o teste do bafômetro.
Os servidores envolvidos no esquema vão responder por associação criminosa e corrupção passiva, já os motoristas por corrupção ativa.
Operação Trânsito Livre
Na manhã desta quarta-feira (28), o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado ((Gaeco) do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT), em parceria com a Polícia Rodoviária Federal (PRF), deflagrou a Operação Trânsito Livre.
As investigações indicam esquema de corrupção que envolveria, mediante cobrança de propina, a retirada de multas e a devolução de carteiras de habitação (CNH) apreendidas.
A atuação do grupo criminoso ocorreria de forma concatenada e cada integrante desempenharia papel específico para o desencadeamento dos crimes. O primeiro passo envolveria contato com a pessoa autuada pelo órgão que, na maioria dos casos, teve carteira de motorista retida.
O criminoso se identificaria como servidor do DER/DF e, durante a conversa, ofereceria a possibilidade de não inserir a multa no sistema, de destruir a infração recebida e de, finalmente, devolver a CNH. Em troca, os infratores solicitariam propina correspondente a metade do preço da multa aplicada.
Durante vários meses, o Gaeco realizou ação controlada para acompanhar os encontros entre os investigados e os autuados e registrar os crimes ocorridos, em especial o momento do pagamento da propina.(Com informações MPDFT)