Injustiça vergonhosa

Moro repudia soltura de assassino do menino João Hélio: ‘Barata a vida humana’

Ministro da Justiça diz que pacote anticrime evitaria libertação do condenado a 39 anos

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Ministro da Justiça e Segurança Pública Sérgio Moro - Foto: Isaac Amorim/MJSP

O ministro da Justiça e Segurança Pública Sérgio Moro repudiou a determinação judicial que libertou um dos assassinos do menino João Hélio, morto em 2007 arrastado por quase 7 quilômetros durante o roubo de um carro no Rio de Janeiro. O ex-juiz da Lava Jato citou o caso nas redes sociais como exemplo de “injustiça vergonhosa” a ser evitada com a aprovação de seu pacote de leis anticrime que tramita no Congresso Nacional.

Com pena de 39 anos de prisão, Carlos Roberto da Silva está livre após dez anos e cumprirá o restante da pena em casa, após participar do homicídio da criança que ficou presa ao cinto de segurança do carro assaltado na Zona Norte do Rio.

“Responsável por assassinato brutal de criança, embora condenado a 39 anos de prisão, foi na prática libertado após dez anos. Barata a vida humana no Brasil. Em outros países, seria perpétua. O projeto de lei anticrime, se aprovado, impediria essa vergonhosa injustiça”, escreveu Moro, em seu perfil do Twitter.

A publicação de Moro replicava a manifestação da autora de novelas da TV Globo, Glória Perez, em apoio ao pacote anticrimes. Perez viveu a mesma indignação quando a Justiça libertou em 1999 o ex-ator Guilherme de Pádua, condenado em 1997 a 19 anos e meio de prisão pela morte brutal da filha da autora de telenovelas, a atriz Daniella Perez, em 1992. Pádua cumpriu apenas seis anos da pena.

“Que venha o pacote do Moro, para que nunca mais a extrema crueldade contra uma criança seja premiada com a impunidade!”, escreveu Glória Perez.

Os comparsas do assassino Carlos Roberto, conhecido como “Sem Pescoço”, foram Diego Nascimento da Silva, Carlos Eduardo Toledo Lima e Tiago Abreu Matos, e tiveram penas que chegaram a 45 anos de reclusão. Todos foram condenados em janeiro de 2008, pela juíza Marcela Assad, da 1ª Vara Criminal de Madureira, pelo crime de lesão corporal grave resultante em morte.

João Hélio morreu em 7 fevereiro de 2007, quando estava com sua mãe e a irmã em um carro parado em um semáforo da zona norte do Rio e foram abordados por quatro homens que anunciaram o assalto. O menino de apenas 6 anos, ficou preso ao cinto de segurança e seguiu sendo arrastado pelo carro, apesar de avisos de quem passava pelas ruas.

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