Operação E$quema S

Lava Jato denuncia Wassef por peculato e lavagem de dinheiro

Os procuradores encontraram movimentações suspeitas de recursos supostamente desviados da Fecomércio-RJ

acessibilidade:
O advogado Frederick Wassef, que já representou a família Bolsonaro. Foto: Reprodução/TV Globo

O advogado Frederick Wassef foi denunciado nesta sexta-feira (25) pela força-tarefa da Lava Jato por peculato e lavagem de dinheiro. A denúncia é um desdobramento da Operação E$quema S, que mirou um suposto esquema de tráfico de influência com escritórios de advocacia.

Wassef já representou o presidente Jair Bolsonaro e o filho mais velho, o senador Flávio Bolsonaro. Ele é dono da casa onde foi preso, em junho, o policial militar aposentado Fabrício Queiroz, ex-assessor de Flávio que é investigado no caso das rachadinhas, um suposto esquema de desvio de salários de funcionários da Assembleia Legislativa do Rio.

Segundo a denúncia da Lava Jato, os procuradores encontraram movimentações suspeitas de recursos supostamente desviados da Federação do Comércio de Bens, Serviços e e Turismo do Estado do Rio de Janeiro (Fecomércio-RJ).

Também foram denunciados Orlando Diniz, ex-presidente da Fecomércio-RJ; o empresário Marcelo Cazzo, que teria apresentado Wassef para o grupo; e as advogadas Marcia Carina Castelo Branco Zampiron e Luiza Nagib Eluf.

O grupo é acusado de crimes cometidos a partir do desvio de R$ 4,6 milhões das seções fluminenses do Sesc, do Senac e da Fecomércio.

De acordo com os procuradores, os desvios ocorreram de dezembro de 2016 a maio de 2017 sob pretexto de prestação de serviços advocatícios à Fecomércio-RJ.

A Lava Jato afirma que houve contratações com escopo contratual falso, “pois ou os serviços arrolados não foram prestados ou foram prestados no interesse exclusivo de Orlando Diniz (então presidente da Fecomércio), para, por exemplo, a perseguição de adversários pessoais”.

Wassef teria sido contratado por Diniz para fazer investigações internas e tentar conter vazamentos de informações da instituição, como forma de mantê-lo no cargo.

A Operação E$quema S

A denúncia desta sexta é a segunda da Operação E$quema S, primeira investida da Lava Jato mirando escritórios de advocacia e o mundo jurídico.

Foram alvos de busca advogados como Cristiano Zanin e Roberto Teixeira, que defendem o ex-presidente Lula, e parentes ligados a magistrados das altas cortes do país, como Eduardo Martins, filho do atual presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), Humberto Martins.

 

 

Reportar Erro