Lavagem de dinheiro

Lava Jato denuncia operador de R$ 5,6 milhões em propina para Paulo Roberto Costa e o PP

Dinheiro sujo beneficiou a Camargo Correa com contratos para obras da Refinaria de Abreu e Lima

acessibilidade:

A Força-tarefa Lava Jato do Ministério Público Federal (MPF) no Paraná denunciou no último dia 03 de dezembro, Waldomiro de Oliveira, integrante do grupo de Alberto Youssef, pelo crime de lavagem de R$ 5,6 milhões em propina, de 2010 a 2012.

A denúncia relata que o dinheiro sujo foi prometido e efetivamente pago por altos executivos da Camargo Correa para o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa, e o Partido Progressista (PP), que o mantinha no cargo.

Segundo a denúncia, a vantagem indevida serviria para beneficiar a Camargo Correa na obtenção de contratos para obras na Refinaria de Abreu e Lima (Rnest), da Petrobras. E identificou-se que pelo menos R$ 45 milhões foram repassados pela Camargo Correa, mediante sucessivas operações de lavagem de dinheiro, no esquema de pagamento das propinas.

Os R$ 5,6 milhões foram repassados de forma dissimulada pela Camargo Correa, por meio da contratação de empresas do Grupo Metasa. De acordo com as investigações, essas sociedades empresárias realizaram transações bancárias fundadas em contratos e notas fiscais ideologicamente falsos, com a utilização de empresas controladas pelos operadores Alberto Youssef e Waldomiro de Oliveira.

Pelos crimes antecedentes de corrupção, João Ricardo Auler, Dalton dos Santos Avancini, Eduardo Hermelino Leite, Paulo Roberto Costa e Alberto Youssef foram denunciados e condenados pelo juízo da 13ª Vara Federal, o que foi confirmado pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região e transitou em julgado.

Já os ex-deputados federais do PP João Alberto Pizzolatti Junior, Mário Silvio Mendes Negromonte e Luiz Fernando Ramos Faria já foram denunciados perante o Supremo Tribunal Federal, sendo que a acusação foi recebida e na sequência declinada para a 13ª Vara Federal em Curitiba, onde tramita sob o nº 5040308-29.2019.4.04.7000.

“Responsabilizar operadores financeiros que contribuem de forma significativa para a ocultação e a manutenção de esquemas de pagamentos de propinas é fundamental para o combate ao crime organizado e à macrocriminalidade. Essa é a vigésima oitava ação penal oferecida pela Lava Jato em Curitiba nesse ano e ainda há muito trabalho pela frente”, disse o procurador da República Felipe D’Elia Camargo, integrante da força-tarefa do MPF.

A ação penal tramita sob o nº 5062926-65.2019.4.04.7000. Leia a íntegra da denúncia. (Com informações da Assessoria de Comunicação do MPF no Paraná)

Reportar Erro