Solidariedade a Gilmar

Kakay acha que atitude insana de Janot, falando em matar Gilmar, incentiva a barbárie

Advogado acha que descontrole do Janot reforça e endossa todas as críticas do ministro

acessibilidade:
Antonio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, é um dos criminalistas mais requisitados do Brasil.

Provocou uma onda de solidariedade ao ministro Gilmar Mendes e demais integrantes do Supremo Tribunal Federal (STF) a confissão do ex-procurador geral da República Rodrigo Janot, tornada pública na noite desta quinta-feira (26), de que em maio de 2017 foi armado ao para assassinar o magistrado.

Como advogado militante há quase 40 anos no Supremo, quero registrar um abraço de solidariedade ao ministro Gilmar e também a todos os ministros da Suprema Corte”, manifestou-se em nota o advogado criminalista Antonio Carlos de Almeida Castro, que considerou a entrevista de Janot “completamente insana”.

Para Kakay, a entrevista do ex-PGR “demonstra o grau de descontrole do Janot” e também “reforça e endossa todas as críticas que o ministro fez ao longo dos últimos tempos.”

O advogado revelou que certa vez recusou convite de Janot para processar Gilar Mendea. “Felizmente não aceitei”, disse Kakay, para quem nesta hora em que o País está dividido, a confissão de Janot “é claramente um incentivo à barbárie”. Ele lembrou que “este Procurador processou e pediu prisões de muitas pessoas , conduzindo os inquéritos, com esta enorme instabilidade emocional”.

Mexer em família não pode
Antonio Carlos de Almeida Castro estranhou a alegação de Janot de que se descontrolou após Gilmar Mendes afirmar que uma filha do ex-PGR atuava no escritório de advocacia que defendia a OAS, acusada na Lava Jato. O ministro reagia ao argumento de Janot para pedir seu impedimento para julgar casos da Lava, no STF, alegando que a esposa de Gilmar, advogada, trabalhava no escritório que defendia um dos investigados, Eike Batista.

Essa alegação de Janot, para Kakay, “causa espécie pois a procuradoria sempre usou os filhos para pressionar os pais, como comprova o caso do meu cliente Raul Schmidt onde vídeos recém-publicados demonstram que, covardemente, os membros do MP processaram a filha do Raul, Nathalie, depois que ganhamos o caso em Portugal, para tentar fazer o pai se entregar.”

Ele também cita os jornais de hoje revelando “o esgoto da delação do Sergio Machado com o uso dos filhos.” Para o advogado, “o que preocupa é o impacto desta revelação no homem comum que é humilhado por prisões injustas, ilegais, políticas. E a mensagem que fica aos fascistas insanos que frequentemente pregam contra a vida dos Ministros do Supremo e seus familiares e vociferam pelo fechamento da Corte. É necessário que a sociedade apoie o Supremo Tribunal e a independência de seus Ministros, como maneira de garantir a estabilidade democrática.”

Reportar Erro