Corrupção no Rio

Jacob Barata diz que empresários pagavam R$ 6 milhões mensais a políticos

'Rei do ônibus' foi interrogado hoje na Operação Cadeia Velha

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A causa da morte não foi divulgada (Foto: Tânia Rêgo/ABr)

O empresário do setor de ônibus Jacob Barata Filho disse hoje (24) que as empresas de ônibus pagavam, mensalmente, R$ 6 milhões em propina a políticos do Rio. O objetivo era garantir apoio a projetos de interesse do setor e impedir que iniciativas contrárias pudessem prosperar na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj).

Conhecido como ‘Rei do Ônibus’, Barata foi interrogado hoje pelo juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal, no âmbito da Operação Cadeia Velha. Segundo Barata, a propina era viabilizada através de pagamento de um percentual extra de 1% do faturamento das empresas de ônibus à Federação das Empresas Transportadoras de Passageiros (Fetranspor), que viabilizava o repasse da propina.

Parte deste valor era entregue, segundo Barata, ao presidente afastado da Alerj, deputado Jorge Picciani (MDB), que chegou a ser preso durante a operação, mas depois foi beneficiado a cumprir medidas cautelares em sua residência.

Houve também, segundo ele, pagamento ao deputado Paulo Melo (MDB), que já ocupou a presidência da Alerj, e que atualmente está preso. No início do interrogatório, Barata disse a Bretas que abria mão de R$ 80 milhões seus, que já haviam sido bloqueados pela Justiça, ao longo da operação. Esta é a última audiência antes de Bretas anunciar sua sentença.

A defesa de Picciani, presente ao interrogatório, questionou se o valor comentado por Barata seria propina ou contribuição política por caixa dois, mas não obteve resposta, pois o juiz entendeu que o réu já havia respondido a isso. (ABr)

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