Crime 113/Sul

Irmão de Adriana Villela quebra silêncio e afirma ter certeza que ela não é mandante

Adriana Villela está em Brasília para julgamento que começa hoje no caso da 113 Sul

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Adriana Villela é acusada de ser a mandante do assassinato de seus pais e da empregada da família

Após dez anos, Augusto Villela quebra o silêncio, as declarações foram dadas em um vídeo, em que ele defende a irmã, Adriana Villela, acusada de ser mandante do crime que matou seus pais, o ex-ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), José Guilherme Vilela e Maria Carvalho Villela, no caso que ficou conhecido como Crime da 113 Sul. “Eu resolvi falar agora, porque eu acho que a minha irmã está correndo risco de ser condenada por um crime que ela não cometeu. E mais tarde, eu vou me arrepender de não ter dito, tudo o que penso desse caso”.

A filha do casal, Adriana Villela, 55 anos, começa a ser  julgada por triplo homicídio, nesta segunda-feira (23), no Tribunal do Júri de Brasília, a expectativa é que o julgamento dure cinco dias. O Tribunal do Júri é composto pelo presidente e 25 jurados.

Augusto ressalta que nunca imaginou que Adriana pudesse um dia ser suspeita do crime que matou seus pais, e acreditava que a morte brutal, que ceifou do casal, seria a pior situação que enfrentaria, mas agora tem dúvida disso, tendo em vista o risco da condenação da irmã. “Logo que meus pais foram assassinados, eu cheguei a dizer para minha irmã, que ficássemos tranquilos, porque o pior já tinha acontecido. Nada pior poderia acontecer com a gente. Só que eu não sabia, que nós seriamos suspeitos, durante tanto tempo”.

No vídeo ele afirma que seu silêncio durante todo processo de investigação foi fundamental, devido a postura da mídia que ele classificou como sensacionalista. “Havia uma exploração da imprensa, a gente nunca sabe qual a intenção da imprensa quando ela quer uma entrevista. Eu preferi, não me manifestar”.

Villela afirma. “A minha irmã é uma pessoa difícil, ela tem um comportamento difícil, mas não chega a ser agressivo. Eu nuca presenciei nenhum ato de agressão dela, com ninguém, e eu convivo muito com ela e nunca presenciei nenhum ato de agressão dela”.

Ele também faz duras críticas as investigações realizadas pela Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF). “Eles inventaram uma série de teorias malucas, como se tivesse um criminoso perfeito, que pudesse eliminar qualquer digital. Como se fosse uma conspiração. E o que se viu depois, é que não foi nada disso, o que houve foi incompetência mesmo”.

Caso 113 Sul

No dia 31 de agosto de 2009, os corpos do ex-ministro do TSE José Guilherme Villela, de 73 anos, de sua mulher a advogada Maria Carvalho Villela, de 68 anos,  e da empregada doméstica Francisca Nascimento Silva, de 58 anos, foram achados, já em estado de decomposição. Segundo a investigação da PCDF eles foram assassinados com diversos golpes de facas, no dia 28 de agosto de 2009.

A delegada responsável pelas primeiras investigações, Martha Geny Vargas Borraz, foi afastada do caso, pelas suspeitas de que ela teria plantado provas durante o inquérito para responsabilizar inocentes: o ex-porteiro do prédio onde o casal morava, Leonardo Campos Alves, seu sobrinho Paulo Cardoso Santana e Francisco Mairlon Barros Aguiar. Em 2016, a delegada foi condenada a mais de 16 anos por falsidade ideológica, fraude processual, violação de sigilo funcional e tortura.

Assista na integra as declarações de Augusto

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