Rio 2016

Em depoimento a Bretas, Eduardo Paes nega ter recebido caixa dois

O ex-prefeito depôs como testemunha do ex-governador Sérgio Cabral

acessibilidade:
Foto: Arquivo EBC

O ex-prefeito do Rio de Janeiro Eduardo Paes (DEM) negou em depoimento nesta terça-feira (19), ter recebido recursos de caixa dois de empreiteiras que realizaram obras na Olimpíada.

Ele depôs como testemunha de defesa do ex-governador Sérgio Cabral (MDB) na ação penal que apura o pagamento de propina a membros do COI (Comitê Olímpico Internacional) para a escolha da cidade como sede dos Jogos.

Embora estivesse depondo como testemunha, Paes foi questionado pelo juiz Marcelo Bretas se havia recebido propina ou alguma contribuição eleitoral não contabilizada no Brasil ou no exterior.
“Não”, respondeu Paes.

O ex-prefeito foi mencionado no acordo de delação premiada de executivos da Odebrecht. Eles afirmam ter repassado recursos de caixa dois para a campanha eleitoral do ex-emedebista, inclusive realizando pagamento em contas no exterior.

O inquérito aberto que trata do tema foi enviado pelo ministro Marco Aurélio Mello, do STF (Supremo Tribunal Federal), para a Justiça Estadual.

O marqueteiro das campanhas de Paes, Renato Pereira, também afirmou em delação ter recebido recursos de caixa dois nas duas eleições vencidas por ele.

Assim como toda testemunha, Paes foi alertado de que uma declaração falsa num depoimento do tipo pode ser considerado falso testemunho. Há divergência, porém, se o crime pode ser atribuído quando a intenção é não se autoincriminar -vedado por princípio constitucional.
Já colaboradores que mentirem correm o risco de perder as garantias firmadas em acordo -como ocorreu com os executivos da JBS.

Ele também negou, na audiência, ser amigo íntimo de Cabral. A jornalista após o depoimento, disse que mantinha com o antigo aliado “relações institucionais”. Usou como exemplo o fato de não ter frequentado a casa do ex-governador em Mangaratiba. “Fui uma vez almoçar. Isso é longe de ser amigo íntimo”, disse.

Na entrevista, também negou ter recebido oferta de propina. “Ninguém me ofereceu, até porque se oferecesse levava voz de prisão na hora”, disse ele.

Paes afirmou que ainda não decidiu se irá se candidatar ao governo do Rio. Afirmou estar passando por um momento de “reflexão pessoal”.

“Estou há 25 anos na vida pública. Me doei bastante. Estou refletindo. Confesso que o prefeito da Universal está me animando a fazer essa função”, disse, em referência ao prefeito Marcelo Crivella (PRB).(Folhapress)

Reportar Erro