Depoimento de Fernando Morais é interrompido após propaganda pró-Lula
Escrito começou a falar de elogios feitos ao petista por personalidades internacionais
O juiz federal Sérgio Moro precisou interromper o depoimento do jornalista e escritor Fernando Morais quando a fala se tornou uma “propaganda” em favor do ex-presidente Lula.
Morais foi chamado como testemunha de defesa e, em dado momento, passou a falar do encontro do petista com o vocalista da banda irlandesa U2, Bono Vox, que teria dito que só o sul africano Nelson Mandela e Lula seriam capazes de unir ricos e pobres, brancos e negros e gordos e magros.
A interrupção ocorreu quando Morais relatou que Lula se encontrou em Londres com Bono Vox, vocalista do U2, e que o cantor elogiou o ex-presidente, ao dizer que, depois de Mandela, apenas Lula poderia unir ricos e pobres, brancos e negros e gordos e magros.
Moro interrompeu dizendo que a questão não tem nenhuma relevância para o julgamento do ex-presidente no processo em que é acusado de receber vantagens indevidas de empreiteiras no sítio de Atibaia. “Acho que o processo não deve ser usado para esse tipo de propaganda”, disse o magistrado.
Ao reiniciar o depoimento, o escritor disse repudiar a comparação com propaganda. Segundo ele, a editora Cia das Letras pagava pelas viagens e que só ia no mesmo avião de Lula se sobrasse lugar. Morais chegou a dizer que não ia “jogar fora” uma carreira de 50 anos para fazer propaganda de Lula.