Cresce a incerteza

Bares e restaurante acham decisão ativista de Lewandowski ‘tiro mortal’ no setor

Ministro do STF subjuga acordos ao crivo de sindicatos, que não têm como examinar todos os casos

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Lewandowski frisou também que o processo de compra dos caças durou mais de 15 anos, perpassando três governos Foto: Nelson Jr./SCO/STF

Adotado atitude de juiz do Trabalho ativista, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Ricardo Lewandowski determinou em liminar que os acordos individuais de redução de salário e jornada de funcionários de empresas privadas apenas terão validade após a manifestação de sindicatos.

“A decisão monocrática do ministro Ricardo Lewandowski de exigir que a MP 936 deva passar pelo crivo dos sindicatos pode se transformar em um tiro mortal para um dos setores mais afetados pela crise, o de bares e restaurantes”, segundo Paulo Solmucci, presidente da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel).

Por meio de nota, Solmucci disse que a única ajuda efetiva do governo para a categoria é a MP dos Salários. “Até o momento, a única ajuda efetiva para o setor era a MP dos Salários, que oferecia alguma esperança para mais de 3 milhões de trabalhadores formais do setor”, afirmou.

Para ele, a principal consequência da decisão do ministro do STF será um aumento na incerteza dos empresários.

“Estamos vivendo em um ambiente em que cada hora é decisiva, e não podemos mais esperar para que tenhamos uma solução rápida para essa situação. A quase totalidade dos sindicatos no país não tem condições de avaliar milhões de acordos de forma simultânea e na urgência necessária, o que seria um tiro de misericórdia para o emprego de milhões de brasileiros”, concluiu Solmucci.

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