Em dinheiro vivo

Assassino de Marielle depositou R$ 100 mil na própria conta, 7 meses após o crime

Segundo relatório do Coaf, transferência foi feito na boca do caixa, em dinheiro vivo; MP pede bloqueio de bens

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Sargento reformado da PM Ronnie Lessa. Foto: Reprodução

A Polícia Civil identificou que o sargento reformado da PM Ronnie Lessa, acusado de matar a vereadora Marielle Franco e o motorista Anderson Gomes em março do ano passado, depositou na própria conta o valor de R$ 100 mil, em dinheiro vivo, sete meses após o crime. Segundo relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), a transferência foi realizada na boca do caixa.

O documento foi citado pelo Ministério Público em um pedido de bloqueio dos bens de Lessa e do ex-PM Élcio Queiroz, também preso suspeito de participação no crime. A solicitação foi feita para garantir a indenização por danos morais e materiais às famílias da vereadora e do motorista.

O MP também cita no pedido a lancha apreendida em Angra dos Reis em nome de uma pessoa que seria “laranja” de Ronnie Lessa, os automóveis do PM reformado (um deles, um Infinity avaliado em R$ 150 mil), e a casa dele, localizada em um “condomínio luxuoso na Barra da Tijuca”. Tudo isso, segundo o Ministério Público, seria incompatível com a renda de um policial militar reformado.

O pedido de arresto foi aceito pelo juiz Gustavo Kalil, da 4ª Vara Criminal, na mesma decisão em que recebeu a denúncia do MP e decretou a prisão dos dois.

Suspeitos de ligação com a milícia do Rio de Janeiro, Lessa e Queiroz devem depor nesta sexta-feira, 15, sobre o caso. Ontem, 14, eles foram levados para audiência de custódia por terem sido presos em flagrante, na terça-feira, 12, por posse ilegal de arma.

Após o depoimento desta sexta, Lessa e Queiroz devem ser levados para Bangu 1, onde aguardarão transferência para um presídio federal.

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