Suécia vai reconhecer Estado Palestino, Israel quer explicação
Em discurso de posse, primeiro-ministro da Suécia, Stefan Lofven fala sobre apoio aos Palestinos
O Ministério de Relações Exteriores de Israel convocou nesta segunda-feira (6) o embaixador sueco, Carl Magnus Nesser, para uma reunião pedindo explicações sobre o reconhecimento oficial do Estado Palestino, por parte da Suécia.
Na última sexta-feira (3) durante seu discurso de posse, o novo primeiro-ministro da Suécia, Stefan Lofven, fez uma declaração que causou desconforto diplomático com Israel. Lofven disse que a única forma de se estabelecer a paz entre israelenses e palestinos, seria com a criação de dois Estados, “uma solução de dois Estados supõe um reconhecimento mútuo e a vontade de uma coexistência pacífica. Por isso, a Suécia vai reconhecer o Estado da Palestina”. Afirmou.
Tal afirmação foi o motivo que levou o diretor-geral adjunto do Ministério israelense, Aviv Shir-on, a falar sobre a decepção de Israel depois do anúncio do novo primeiro-ministro sueco, ?este anúncio não contribui para melhorar as relações entre Israel e os palestinos? disse Aviv Shir-on para a France Presse.
Para Aviv Shir-on a postura da Suécia, ?reduz as chances de chegar a um acordo ao suscitar nos palestinos a expectativa irrealista de que podem alcançar seus objetivos de forma unilateral, e não por meio de negociações com Israel?, acrescentou.
Por outro lado, o Ministro de Relações Exteriores palestino, Riad Malki, fez elogios à postura de Lofven e pediu apoio de outros países para essa decisão, ?em nome do povo palestino e da liderança palestina, nós agradecemos e saudamos a posição sueca?, afirmou.
De acordo com a agência ANSA, cerca de 500 cidadãos idosos saíram de Gaza para rezar na Mesquita de al-Aqsa, em Jerusalém, pelas comemorações da Festa do Sacrifício que termina nesta terça-feira (7). Essa é a primeira vez em sete anos que é liberada a entrada dessas pessoas na Cidade Santa.
A decisão da Suécia de reconhecer o Estado da Palestina é inédita dentro da União Europeia. Outros países já fizeram esse reconhecimento, Hungria, Polônia e Eslováquia, mas em 2004, antes de fazerem parte do bloco político. De acordo com a Autoridade Palestina, 134 países já reconheceram o Estado da Palestina.