Ativismo repudiado

Embaixadora exige e diretor da OIT manda retirar tuíte criticando Bolsonaro

Guy Ryder pediu desculpas à embaixadora Maria Nazareth Farani Azevêdo

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Embaixadora Maria Nazareth Farani Azevêdo, representante do Brasil junto a organismos internacionais em Genebra.

Após reclamação da embaixadora do Brasil junto às organizações internacionais em Genebra, Maria Nazareth Farani Azevêdo, o diretor-geral da Organização Internacional do Trabalho (OIT), Guy Ryder, desculpou-se e ordenou retirada imediata do tuíte de um funcionário da entidade, ativista próximo ao PT, que criticou no Twitter declarações do presidente eleito, Jair Bolsonaro, sobre a qualidade das estatísticas de desemprego no Brasil.

A diplomata apresentou sua queixa pessoalmente, no gabinete do diretor da OIT, na tarde desta quinta-feira (8), reclamando que não cabia a um funcionário e nem à organização fazer esse tipo de comentário sobre o Brasil.

“O Brasil não aceita e não vê com bons olhos comportamento desse tipo”, afirmou a embaixadora, afirmando que se tratava de ativismo político e não trabalho técnico que cabe à OIT.

O diretor-geral da OIT se desculpou e mandou contatar o ativista para questioná-lo e mostrar sua “inconformidade e desaprovação” com a atitude do funcionário.

O ativista, funcionário do Departamento de Estatísticas da OIT, considerou “perigosa” a afirmação de Bolsonaro de que os números do IBGE sobre desempregados eram uma “farsa”. Na fantasia do ativista, haveria uma “vontade” de se impor sobre a coleta de dados.

Guy Ryder confirmou à representante brasileira a disposição de dialogar com o governo brasileiro. “Espero que isso não se repita para a manutenção do bom relacionamento do Brasil com a OIT”, argumentou a embaixadora.

Ativistas ligados ao PT, na OIT, têm difundido informações mentirosas sobre iniciativas do governo brasileiro como a reforma trabalhista, desde a época em que a nova lei ainda estava em discussão.

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