Respiro à Terra

Quarentenas para conter covid-19 suavizam abalos sísmicos no planeta

Pesquisa é do Real Observatório da Bélgica e mais cinco instituições

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Cidade de São Paulo. Foto: Diogo Moreira/Governo de São Paulo

Um estudo do Real Observatório da Bélgica e mais cinco instituições, publicado no periódico científico Science, nesta quinta-feira, 24, revelou que as vibrações terrestres ligadas a humanos diminuíram em média 50% entre março e maio deste ano, perído em que foram realizadas para conter a propagação da covid-19 quarentena em todo o planeta.

Os cientistas realizaram o estudo por meio de redes internacionais de sismógrafos e descobriram a redução mais longa da história de vibrações sísmicas ligadas a atividades humanas, aprimorando a capacidade de captar os sinais naturais da Terra e detectar terremotos.

As vibrações percorrem o planeta como ondas, criando ruído sísmico de terremotos, vulcões, ventos e rios, além de atividades humanas como viagens e indústrias.

“O período de pausa do ruído sísmico de 2020 é a redução de ruído sísmico global antropogênico mais longa e proeminente já registrada”, escreveram os pesquisadores. O trabalho foi desenvolvido pelo Real Observatório da Bélgica e mais cinco instituições, usando dados de 268 estações de monitoramento de 117 países.

Começando na China, no fim de janeiro, e seguida pela Europa e o resto do mundo de março a abril, pesquisadores viram “uma onda de aquietamento” enquanto medidas de isolamento eram adotadas para desacelerar a pandemia.

As viagens e o turismo foram praticamente suspensos, milhões de escolas e indústrias fecharam e muitas pessoas ficaram confinadas em casa.

As maiores reduções de vibrações induzidas por humanos foram vistas em áreas densamente povoadas, como Singapura e a cidade de Nova York, mas também foram observadas em áreas como a Floresta Negra da Alemanha e Rundu, na Namíbia. (ABr)

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