Jamal Khashoggi

Presidente turco vê fortes indícios de que assassinato de jornalista foi planejado

Jamal Khashoggi, crítico do governo da Arábia Saudita, foi visto pela última vez entrando em consulado saudita em Istambul

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Jornalista saudita Jamal Khashoggi está desaparecido desde o dia 2 de outubro. Foto: CCTV/Reprodução

O presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, declarou nesta terça (23) ver fortes indícios de que o assassinato do jornalista saudita Jamal Khashoggi foi premeditado. Erdogan afirmou ainda que o crítico do governo da Arábia Saudita foi morto de forma selvagem.

Em 2 de outubro, o jornalista colunista do jornal norte-americano Washington Post foi ao consulado do seu país em Istambul, na Turquia, para resolver trâmites burocráticos relacionados ao casamento dele com uma cidadã turca. No entanto, Khashoggi nunca saiu do consulado.

Erdogan afirmou que três grupos de sauditas chegaram ao país em voos separados. Alguns deles viajaram para a floresta de Belgrad, perto do consulado, um dia antes do crime. O governo turco usou a informação para inspecionar o local em busca do corpo do jornalista, que ainda não foi encontrado.

Mesmo com as declarações, o presidente turco evitou acusar o príncipe herdeiro saudita, Mohammed bin Salman, de ordenar o crime. Erdogan também não fez referência a um áudio, divulgado pela imprensa turca, que teria sido gravado durante a morte de Khashoggi. Na gravação, o cônsul-geral saudita, Mohammed al-Otaibi teria dito: “façam isso lá fora, vocês vão me colocar em apuros”.

A imprensa turca afirma que agentes sauditas torturam e matam Khashoggi dentro do consulado saudita em Istambul. O governo da Arábia Saudita nega acusações de envolvimento no assassinato. As autoridades sauditas teriam ainda detido 18 pessoas, três delas apontadas pelos investigadores turcos como responsáveis pelo crime.

O governo norte-americano já se reuniu com autoridades turcas e sauditas para discutir o caso, já que Jamal Khashoggi morava nos Estados Unidos. O presidente Donald Trump chegou a afirmar que a Casa Branca adotaria “severa punição” caso fosse confirmado o envolvimento da Arábia Saudita no crime.

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