Injúria racial

Presidente da Argentina: ‘brasileiros vieram da selva’ e argentinos de ‘barco’ da Europa

Se estivesse no Brasil, Alberto Fernández estaria sujeito a pena de até 3 anos de prisão por injúria racial

acessibilidade:
Governo do presidente Alberto Fernández fechou acordo com o credor internacional no início de março para evitar um calote. Foto Esteban Collazo/PR da Argentina

O presidente da Argentina, Alberto Fernández, deu uma grande mostra do quão preconceituoso realmente é. Em pronunciamento na Casa Rosada, sede do Executivo local, o mandatário elencou, segundo ele, a principal diferença entre mexicanos, brasileiros e argentinos.

“Os mexicanos saíram dos índios, os brasileiros saíram da selva e nós, os argentinos, chegamos nos barcos. E nos barcos que vinha de onde, da Europa. E assim construímos a nossa sociedade”, disse.

Jornalistas brasileiros trataram de dizer que ele havia falado “uma bobagem”. Na verdade, é um pouco mais que isso.

Fosse no Brasil, o presidente argentino poderia ser enquadrado no crime de injúria racial, artigo 140 do Código Penal, e estaria sujeito a pena de 1 a 3 anos de prisão.

A fala também gerou indignação e repúdio do deputado Aécio Neves (PSDB-MG), presidente da Comissão de Relações Exteriores. Segundo o parlamentar, a declaração é “lamentável” e “preconceituosa” e mostra o quão atrasado é o pensamento do presidente argentino.

“O tom depreciativo que reproduz uma visão colonialista, atrasada e superada da História merece repúdio. Nós, brasileiros, temos muito orgulho e respeito pelas nossas origens da mesma forma que os argentinos devem ter da sua própria diversidade”, disse Aécio.

O presidente da CRE também afirmou que a declaração demonstra subserviência aos europeus e foi uma clara tentativa de “agradar o primeiro-ministro espanhol” sem “se importar em tentar depreciar seus vizinhos na América Latina” prestando um desserviço para a região.

“A declaração vai na contramão dos países europeus que estão publicamente revendo o passado com ações que buscam a reparação histórica, como fazem recentemente França, Alemanha e Reino Unido”, concluiu o deputado.

Reportar Erro