Israel e Palestina

Plano de paz de Trump rompe tabu ao prever a criação do estado da Palestina

Proposta inédita do presidente americano prevê um país chamado Palestina

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Trump ao lado do primeiro-ministro Netanyahu: "Eu não fui eleito para fazer coisas pequenas ou para fugir de problemas grandes" - Foto: Joyce N. Boghosia/White House.

O presidente americano, Donald Trump anunciou nesta terça-feira (28) o seu plano de paz para o Oriente Médio, que rompe um tabu, prevendo os dois Estados – Israel e Palestina. Ele promete divulgar um mapa com as fronteiras propostas, algo nunca antes autorizado por Israel.

“Hoje, Israel está tomando um grande passo em direção à paz”, disse Trump, que foi muito aplaudido ao lado do premiê israelense, Binyamin Netanyahu.  “Eu não fui eleito para fazer coisas pequenas ou para fugir de problemas grandes”, acrescentou, após observar que “todos os presidentes desde Lyndon Johnson [1963 – 1973]” tentaram apresentar soluções para o conflito.

O anúncio desta terça ocorre praticamente à revelia das autoridades palestinas, que cessaram qualquer diálogo com seu governo desde que Washington reconheceu Jerusalém como a capital de Israel, no fim de 2017.

O status da cidade, reivindicada pelos dois lados como capital, é uma das questões que tornou um acordo de paz na região tão complexo quanto desejado por presidentes americanos, que tentaram ao longo das últimas décadas conquistar o mérito de ter solucionado as tensões no Oriente Médio.

O plano de Trump prevê que Jerusalém se manterá como a “capital não dividida de Israel”. “Mas eu já fiz isso para você, não é?”, brincou Trump, se referindo à transferência da embaixada americana de Tel Aviv para a cidade.

O presidente anunciou ainda que abrirá uma segunda embaixada na cidade, que representaria os Estados Unidos junto aos palestinos, em Jerusalém Oriental, uma porção da cidade reivindicada por eles para ser sua capital.

Não está claro, portanto, como funcionaria o status proposto por Trump para a cidade.   “Minha visão é uma oportunidade de ganha-ganha para os dois lados”, disse o americano.

Negociações lideradas pelos EUA O democrata Bill Clinton (1993 – 2001) intermediou em 2000 as negociações de Camp David (EUA), em 2000, vistas como as mais detalhadas já realizadas até então.

O palestino Yasser Arafat e o então premiê de Israel, Ehud Barak, tentaram chegar a um consenso sobre a forma de implementar pontos do Acordo de Oslo (1993) -o instrumento rendeu o prêmio Nobel da Paz de 1994 aos dois (e também ao isralense Shimon Peres).

Embora o diálogo não tenha gerado frutos, Clinton é lembrado por sua contribuição às negociações de paz, principalmente por causa da icônica foto em que Rabin e Arafat se cumprimentam no jardim da Casa Branca ao anunciar os Acordos de Oslo.

O republicano George W. Bush é outro líder americano que, durante seus dois mandatos à frente da Casa Branca, tentou costurar acordo de paz para o Oriente Médio. Em 2003, ele se tornou o primeiro presidente dos EUA a pedir a criação de um Estado palestino.

O predecessor de Trump, Barack Obama, conseguiu, em 2009, que Israel suspendesse sua política de assentamentos na Cisjordânia pelo período de dez meses– “um significativo primeiro passo na direção da paz”, nas palavras de Netanyahu.

Depois de meses de conversas intermediadas pela então secretária de Estado, Hillary Clinton, o premiê israelense e o presidente da Autoridade Nacional Palestina, Mahmoud Abbas, não conseguiram avançar nas negociações.

Findo o prazo, Israel retomou os assentamentos e o diálogo foi suspenso. (Com informações da Folhapress)

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