Violência brutal

Papa Francisco lamenta guerra na Ucrânia: ‘Perverso abuso de poder’

Líder católico apelou para que chefes das nações não abandonem nenhuma tentativa de parar a guerra

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Papa Francisco. Foto: Daniel Ibanez/ACI Prensa

O Papa Francisco lamentou que “mais uma vez, a humanidade é ameaçada por um perverso abuso de poder e interesses particulares, que condena pessoas indefesas a sofrer todas as formas de violência brutal”. A condenação da guerra decorrente da invasão da Rússia à Ucrânia foi feita em mensagem ao Arcebispo de Vilnius e presidente do Conselho das Conferências Episcopais da Europa (CCEE), Dom Gintaras Grušas, por ocasião da abertura das Jornadas Sociais Católicas Europeias que se realiza em Bratislava, na Eslováquia, de 17 a 20 de março.

Na sua saudação inicial Francisco disse “o que estamos vivendo nestas últimas semanas não é o que esperávamos após a difícil emergência sanitária causada pela pandemia, que nos fez sentir um sinal de impotência e medo, juntamente com a frágil condição de nossa existência”.

O líder da Igreja Católica recordou ainda que “o grito sofrido por ajuda de nossos irmãos ucranianos nos exorta como comunidade de crentes não apenas a refletir seriamente, mas a chorar com eles e a fazer algo por eles; a compartilhar a angústia de um povo cuja identidade, história e tradição foram feridas”.

Não abandonar tentativas de paz

Neste ponto da mensagem Francisco agradece “a resposta rápida e geral no socorro dessa população, garantindo-lhes ajuda material, abrigo e hospitalidade”. Porém continuou “peço-lhes que continuem a rezar para que aqueles que têm em mãos o destino das Nações não deixem de lado nenhuma tentativa de parar a guerra e abrir um diálogo construtivo para acabar com a imensa tragédia humanitária que está causando”.

O Papa recordou que “hoje, mais do que nunca, há uma necessidade urgente de rever o estilo e a eficácia da política em curso” por causa do dever de “tornar possível o desenvolvimento de uma comunidade mundial, capaz de alcançar a fraternidade de povos e nações que vivem em amizade social”.

Europa além da pandemia

Ao falar sobre o título escolhido para estas jornadas “A Europa além da pandemia: um novo início, convida à reflexão sobre a transição em curso na sociedade europeia” ressaltou que a pandemia causou inúmeras mudanças sociais, econômicas, culturais e eclesiais.

“Neste contexto, a vida da Igreja também não tem sido poupada de muitas dificuldades, especialmente devido à limitação das atividades pastorais”. Porém, disse que “não podemos ficar parados; como cristãos e como cidadãos europeus, somos chamados a atuar com coragem” para o bem comum de todos.

Depois de recordar as palavras de um dos pais fundadores da Europa, Alcide de Gasperi, Francisco disse: “A Europa e as nações que a compõem não se opõem, e construir o futuro não significa uniformizar, mas unir-se ainda mais no respeito à diversidade. Para os cristãos, reconstruir a casa comum significa ‘tornar-se artífices de comunhão, tecelões de unidade em todos os níveis: não por estratégia, mas pelo Evangelho’. Em outras palavras, precisamos recomeçar do próprio coração do Evangelho: Jesus Cristo e seu amor salvador. Esta é a sempre nova proclamação a ser levada ao mundo, antes de tudo através do testemunho de vidas que mostram a beleza do encontro com Deus e do amor ao próximo”.

São Martinho de Tours

Por fim o Papa recordou também do logotipo das “Jornadas” com São Martinho de Tours que corta o seu manto pela metade para dá-lo a um pobre. E disse:

“Na imagem ele nos lembra que o amor é proximidade concreta, compartilhar, cuidar dos outros. Aqueles que amam superam o medo e a desconfiança em relação aos que vêm às nossas fronteiras em busca de uma vida melhor: se acolher, proteger, acompanhar e integrar tantos irmãos e irmãs fugindo de conflitos, fome e pobreza é dever e humano, e mais ainda cristão. Os muros ainda presentes na Europa devem ser transformados em portas de entrada para seu patrimônio de história, fé, arte e cultura; o diálogo e a amizade social devem ser promovidos, para que a convivência humana baseada na fraternidade possa crescer”. (Com informações da Vatican News)

 

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