Eles se protegem

Mujica culpa vítimas atropeladas por blindados de Maduro: ‘não deveriam ficar na frente’

'[Os manifestantes] não deveriam ficar na frente das tanquetas', diz ele

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Defensor da ditadura, Mujica (dir.) culpou os manifestantes, apesar de imagens mostrando blindados de Maduro investindo contra a multidão.

O ex-presidente do Uruguai José “Pepe” Mujica culpou nesta quarta-feira (1°) as vítimas pelo atropelamento de blindados da ditadura de Nicolás Maduro, que ele apoia. Para Mujica, os manifestantes “não deveriam ficar na frente” dos veículos. Imagens de TV mostram um dos blindados sair da via em que se encontrava para atravessar o canteiro central para avançar criminosamente sobre a multidão que se encontrava via ao lado.
Durante ato do Dia do Trabalho em Montevidéu, um repórter perguntou ao político de esquerda o que ele pensava sobre as tanquetas da Guarda Nacional Bolivariana -grandes veículos blindados que têm sido utilizados na repressão aos protestos anti-Nicolás Maduro.
“[Os manifestantes] não deveriam ficar na frente das tanquetas”, respondeu Mujica.
Desde o início dos protestos, na manhã de terça (30), duas pessoas morreram. Samuel Méndez, 24, morreu após participar de protestos no estado de Aragua, e Jurubith Rausseo, 27, morreu nesta quarta após levar um tiro na cabeça na praça de Altamira, em Caracas.
Ao menos 78 pessoas ficaram feridas na Venezuela na quarta em decorrência dos confrontos entre manifestantes contrários ao ditador Nicolás Maduro e as forças leais ao regime, informou a Assembleia Nacional (de maioria opositora).
Segundo a deputada Manuela Bolívar, 89 manifestantes foram detidos pelo regime em todo o país. Na terça, outras 150 pessoas tinham sido presas.
Ainda de acordo com a parlamentar, protestos ocorreram em 397 pontos no país e as forças do regime reprimiram 23 desses atos.
No início de fevereiro, o ex-presidente do Uruguai afirmou em entrevista ao serviço de notícias em espanhol da BBC que, para evitar que a crise na Venezuela termine em uma guerra, é preciso haver eleições gerais no país.
Embora ele tenha mantido uma relação próxima como o ex-presidente da Venezuela Hugo Chávez, que morreu em 2013, Mujica evita se posicionar sobre Nicolás Maduro.
Entretanto, na ocasião, ele reconheceu que “o regime venezuelano” prejudicou a esquerda na América Latina. “Parte da esquerda não aprende as lições da história”, criticou.

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