Morte de George Floyd

Manifestações contra o racismo também repercutem no mundo do esporte

Após Hamilton criticar colegas por silêncio, pilotos da Fórmula 1 se posicionam na internet

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George Floyd e o policial Derek Chauvin

A morte do norte-americano George Floyd, no dia 25 de maio, e as manifestações contra o racismo nos Estados Unidos ainda repercutem em todo mundo.

O maior jogador de basquete da história e hexacampeão da NBA pelo Chicago Bulls, Michael Jordan, emitiu um comunicado neste domingo (31) em seu perfil oficial do Twitter.

“Estou profundamente triste, machucado e nervoso. Eu vejo e sinto a frustração e ira de todos. Eu fico do lado daqueles que se opõem ao racismo e violência contra pessoas de cor no nosso país. Basta”.

George Floyd foi detido por policiais no último dia 25, na cidade de Minneapolis, em Minnesota, após suspeita de ter comprado cigarros em um supermercado com uma nota falsa de US$ 20. Um vídeo feito no momento da prisão de Floyd mostrou o policial Derek Chauvin pressionando o joelho sobre o pescoço do afro-americano por 8 minutos e 46 segundos.

A morte de Floyd desencadeou uma série de protestos por todo o mundo. No esporte, atletas se posicionaram contra o racismo, como as tenistas Serena Willians e Coco Gauff, o jogador de basquete do Boston Celtics, Jaylen Brown, e o dirigente da NFL, Roger Goodell.

No futebol, o atacante Marcus Thuram fez dois gols na vitória  de 4 a 1 do Borussia Mönchengladbach sobre o Union Berlin, ontem (31), pelo Campeonao Alemão. O francês não comemorou o primeiro gol, ele se ajoelhou e baixou a cabeça, em homenagem a George Floyd. Marcus Thuram é filho de Lilian Thuram, campeão mundial em 1998 com a França. O ex-zagueiro é ativista contra a discriminação racial.

Nesta segunda-feira (1º de junho), o Liverpool também protestou em seu Instagram. O clube republicou uma foto do perfil do meio-campista Jordan Henderson com todos os jogadores dos Reds ajoelhados ao redor do círculo central do gramado do estádio de Anfield Road com a legenda: a união faz a força. O goleiro brasileiro Alisson Becker utilizou a mesma foto em seu perfil oficial na rede social.

 

Na Fórmula 1, o britânico Lewis Hamilton questionou seu próprio esporte. Nos stories de seu Instagram, o hexacampeão criticou a falta de posicionamento de colegas de profissão.

“Eu vejo aqueles de vocês que estão calados, algumas das maiores estrelas [do esporte], ainda assim ficam calados em meio à injustiça. Nenhum sinal de ninguém da minha indústria que, claro, é um esporte dominado por brancos. Eu sou uma das únicas pessoas de cor lá e estou sozinho. Eu imaginei que, chegado este momento, vocês veriam por que isso acontece e falariam algo sobre isso, mas vocês não podem ficar ao nosso lado. Apenas saibam que eu sei quem vocês são e eu vejo vocês.”

Após as críticas de Hamilton, alguns pilotos também utilizaram as redes sociais para manifestações contra o racismo.

Sergio Pérez (Racing Point), Charles Leclerc (Ferrari), Nicholas Latifi (Williams), Carlos Sainz (McLaren), George Russell (Williams), Daniel Ricciardo (Renault), Alexander Albon (Red Bull), Lando Norris (McLaren) e Antonio Giovinazzi (Alfa Romeo Racing) também se manifestaram.

O mexicano Sergio Pérez compartilhou em seu perfil de Twitter um vídeo de um policial norte-americano apoiando as manifestações contra o racismo.

Já o monegasco Charles Leclerc, explicou o motivo de não ter tocado no assunto até então: “Para ser completamente honesto, me senti fora do meu lugar de fala e desconfortável para compartilhar meus pensamentos nas redes sociais sobre toda a situação e é por isso que não havia me expressado antes de hoje. Estava completamente errado. Ainda luto para encontrar palavras para descrever a atrocidade de alguns vídeos que vi na internet. O racismo precisa ser enfrentado com ações, não com silêncio. Por favor, participe ativamente, envolva e incentive outras pessoas a espalhar a conscientização. É nossa responsabilidade nos manifestar contra a injustiça. Não fique calado”.

O britânico George Russell seguiu a linha de Charles Leclerc. Ele lembrou que sentia que não era o lugar para compartilhar seus pensamentos publicamente, mas que não importa o quão desconfortável possa ser falar, o silêncio não alcança nada. Ele termina afirmando que é hora de todos ficarem juntos para expulsar o racismo da sociedade para sempre.

Alex Albon e Daniel Ricciardo manifestaram suas posições pelo Instagram. Albon publicou um grande texto também explicando que hesitava em escrever, uma vez que não era seu lugar de fala. Já o australiano utilizou uma imagem de rostos desenhados com diversas cores ao lado da frase: já chega. (ABr)

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