Dados da Nasa ignorados

Macron ignora Nasa, que atestou redução das queimadas, e quer G7 discutindo Amazônia

Presidente francês vê 'crise internacional' e 'emergência', sem checar dados da NASA

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O noticiário sobre a polêmica criada em torno de queimadas e do desmatamento na Amazônia, alimentada pelas declarações presidente Jair Bolsonaro (PSL), levou o presidente da França, Emmanuel Macron, a propor, nesta quinta-feira (22), que a cúpula do G7 discuta o tema no encontro previsto para este fim de semana, em Biarritz, no sudoeste francês.

Sem checar os dados da Nasa, que registram as atuais queimadas como abaixo da média dos últimos 15 anos, Macron tratou o caso como “crise internacional” e “emergência”, ao publicar no Twitter uma foto de um incêndio florestal.

“Nossa casa queima. Literalmente. A Amazônia, o pulmão de nosso planeta, que produz 20% de nosso oxigênio, arde em chamas. É uma crise internacional”, escreveu. “Membros do G7, vamos nos encontrar daqui a dois dias para falar dessa urgência!”, completou Macron.

A mesma preocupação foi exposta hoje pelo secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, que reforçou a impossibilidade de arcar com os danos para uma das maiores fontes de oxigênio e biodiversidade. “A Amazônia precisa ser protegida”, escreveu.

Abaixo da média

O jornalista Claudio Humberto, do Diário do Poder, expôs que o Earth Observatory, site oficial da agência espacial norte-americana Nasa, divulgou imagens de satélite que mostram queimadas no Brasil, informando que o fenômeno é tradicional, nesta época do ano, e que estão abaixo da média de queimadas dos últimos 15 anos.

A informação da Nasa, aparentemente desconhecida pelo presidente Francês, desmente notícias divulgadas no Brasil, ilustradas pelas fotos do Earth Observatory, como se os sinais de fumaça registrados pelo satélite denunciassem que a Amazônia estaria “em chamas”.

A Nasa informa, em seu site, que o satélite Aqua capturou imagens de vários incêndios em curso nos estados de Rondônia, Amazonas, Pará e Mato Grosso entre os dias 11 e 13 deste mês.

Debate com a França iniciado

Antes da postagem de Macron nas redes sociais, o ministro das Relações Exteriores do Brasil, Ernesto Araújo, disse que o Itamaraty vai criar um grupo de trabalho com a França para discutir a questão do desmatamento na Amazônia. “As autoridades sabem qual é o nosso compromisso, com a França nós já combinamos de criar um grupo de trabalho para troca de informações, para que possamos dar as informações mais atuais sobre os esforços de combate ao desmatamento”, afirmou o chefe da Diplomacia Brasileiro, em uma reunião em Campo Grande (MS). (Com informações do G1)

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