Fim do asilo equatoriano

Assange, do WikiLeaks, é preso na embaixada do Equador em Londres

"Chegou ao limite a paciência do Equador", diz o presidente Lenín Moreno

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Fundador do WikiLeaks, Julian Assange perde asilo equatoriano e é preso em Londres. Foto: Ruptly/Reprodução

O fundador do WikiLeaks, Julian Assange, foi preso em Londres nesta quinta (11). Desde 2012, Assange estava refugiado na embaixada do Equador. O fundador do site foi levado para uma delegacia e espera por uma audiência com um juiz.

A prisão ocorreu após o presidente do Equador, Lenín Moreno, suspender o asilo concedido a Assange. A justificativa é de que ele teria violado diversas vezes os termos acordados para que permanecesse na embaixada equatoriana.

A decisão foi anunciada por Moreno em uma rede social. O presidente equatoriano afirma que o Equador é um país generoso, mas que o comportamento de Assange tornou “insustentável e inviável” a sua permanência na embaixada do país em Londres. Moreno caracteriza a conduta do fundador do WikiLeaks como desrespeitosa e agressiva e afirmou que suas declarações são “descorteses e ameaçantes”.

“Adotamos um protocolo de convivência, que é o mínimo que alguém exige de um hóspede em sua casa. O Equador cumpriu com suas obrigações no âmbito do direito internacional. Por outro lado, o senhor Assange violou, repetidas vezes, disposições expressas de convenções sobre asilo diplomático de Havana e Caracas”, afirmou Moreno. O presidente disse ainda que foi pedido a Assange diversas vezes que as normas fossem respeitadas.

Moreno cita ainda os vazamentos de documentos do Vaticano em 2019. Para o presidente equatoriano, tais ações provam que Assange ainda está ligado as atuações do WikiLeaks. “Chegou ao limite a paciência do Equador em relação ao comportamento do senhor Assange”, declarou Moreno.

Ainda de acordo com o presidente equatoriano, o WikiLeaks ameaçou o governo do país há dois dias. “Meu governo não tem nada a temer e não age sob ameaças”, afirmou. Nesta quarta (10), em sua conta no Twitter, o WikiLeaks afirmou que Assange estaria sendo espionado na embaixada do Equador. Segundo o grupo, o Equador estaria cooperando secretamente com os Estados Unidos e teria tentado extorquir Assange.

O Equador pediu garantia das autoridades britâncias de que Assange não será extraditado para um país onde possa enfrentar torturas ou pena de morte, pedido que foi concedido.

A polícia britânica afirmou que a prisão de Assange está relacionada ao pedido de extradição feita pelos Estados Unidos, onde é investigado pelo vazamento de documentos sigilosos. A prisão tem relação ainda com um processo do governo britânico por não ter se apresentado à Justiça do país.

Documentos vazados

Entre os vazamentos realizados pelo grupo estão o de telegramas diplomáticos secretos norte-americanos datados desde 1973, que por vezes revelaram críticas a presidente de outros países, como Vladimir Putin. Também foram divulgados mais de 90 mil documentos secretos com detalhes sobre a campanha militar norte-americana no Afeganistão. Outros quase 400 relatórios militares detalhavam as operações dos Estados Unidos no Iraque.

Confira o pronunciamento do presidente do Equador, Lenín Moreno:

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