Ignorância americana

Embaixador dá resposta dura a artigo que propõe a invasão do Brasil para ‘salvar a Amazônia’

Professor ignorante não sabe que área protegida no Brasil é maior que 6 estados dos EUA somados

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Embaixador Nestor Foster, encarregado de negócios na embaixada do Brasil em Washington.

As áreas protegidas do Brasil, das quais 80% estão na Amazônia, somam mais de 30% de seu território (2,5 milhões de quilômetros quadrados) e representam mais do que as áreas de seis grandes estados norte-americanos: Texas, Califórnia, Montana, Novo México, Arizona e Nevada somados.

Essa comparação foi feita pelo embaixador Nestor Foster, encarregado de negócios da embaixada brasileira em Washington, em resposta ao artigo “Quem vai invadir o Brasil para salvar a Amazônia?”, publicado no site da revista Foreign Policy nesta segunda (5). O artigo, infame, propõe a invasão e tomada da Amazônia pelas potências internacionais como forma de “garantir” sua preservação. Após a reação brasileira, a revista, covardemente, alterou o título, amenizando-o para “Quem vai salvar a Amazônia (e como)?”

Este era o título original do artigo absurdo…

Em sua resposta, o embaixador lembra à revista e ao ignorante que escreveu o artigo, um certo Stephen M. Walt, que o Brasil “impõe requisitos incomparáveis de conservação aos agricultores e pecuaristas da Amazônia, onde os proprietários devem preservar pelo menos 80% da vegetação original em suas propriedades”. Walt se apresenta como professor da universidade de Harvard, mas pelo visto, nada entende de Brasil e nem muito menos de Amazônia.

“Além disso”, informa o diplomata, “o governo brasileiro e empresas privadas trabalharam juntas para conciliar atividade econômica e conservação, em iniciativas como a moratória da soja na Amazônia e os Termos de Ajustamento de Conduta para a cadeia de suprimento de carne bovina.”

…covardemente amenizado após o Brasil reagir.

O texto americano está repleto de falsas premissas e de argumentos errôneos que levam a uma percepção errada sobre as políticas adotadas pelo governo brasileiro, na opinião do embaixador Nestor Foster. “O principal sofisma contido no artigo é o de que Brasil não está disposto ou não é capaz de preservar e desenvolver de forma sustentável a Amazônia, e que outros estados seriam capazes de fazê-lo.” Para ele, trata-se “de um exercício irresponsável e arrogante de retórica sobre um assunto que é sério.”

A resposta do Brasil
Leia na íntegra a resposta do embaixador brasileiro Nestor Foster ao artigo irresponsável publicado pelo site americano:

“O artigo publicado por Stephen M. Walt no site da Foreign Policy, em 5 de agosto, “Quem vai invadir o Brasil para salvar a Amazônia?”, está repleto de falsas premissas e de argumentos errôneos que levam a uma percepção errada sobre as políticas adotadas pelo governo brasileiro. O principal sofisma contido no artigo é o de que Brasil não está disposto ou não é capaz de preservar e desenvolver de forma sustentável a Amazônia, e que outros estados seriam capazes de fazê-lo. É um exercício irresponsável e arrogante de retórica sobre um assunto que é sério.

A maior floresta tropical do mundo não está localizada no Brasil por acaso. O governo brasileiro tem sido o maior defensor da conservação no mundo, fato que é apoiado por números, não por retórica vazia. As áreas protegidas do Brasil, das quais 80% estão na Amazônia, somam mais de 30% de seu território (2,5 milhões de quilômetros quadrados) e representam mais do que as áreas do Texas, Califórnia, Montana, Novo México, Arizona e Nevada somados. Além disso, o Brasil impõe requisitos incomparáveis de conservação aos agricultores e pecuaristas da Amazônia, onde os proprietários devem preservar pelo menos 80% da vegetação original em suas propriedades. Além disso, o governo brasileiro e empresas privadas trabalharam juntas para conciliar atividade econômica e conservação, em iniciativas como a moratória da soja na Amazônia e os Termos de Ajustamento de Conduta para a cadeia de suprimento de carne bovina.

O governo do Presidente Bolsonaro reafirmou seu compromisso com o combate ao desmatamento ilegal. Em 1º de agosto, o Brasil anunciou que está fortalecendo os meios para combater a extração ilegal de madeira na Amazônia com informações de satélite de maior resolução, que permitirão o monitoramento em tempo real. A menção no artigo de possível uso da força por atores internacionais demonstra desrespeito por uma análise séria e falta de compreensão quanto à posição do Brasil em questões ambientais. Em termos simples, nenhum outro país tem restrições legais mais rigorosas ao desmatamento. As Forças Armadas brasileiras, internacionalmente reconhecidas como militares excepcionais, também estão totalmente engajadas no esforço de preservar e proteger a floresta.

Aproveito a oportunidade para reiterar que a Embaixada continua à disposição para esclarecer quaisquer dúvidas e fornecer mais informações sobre as políticas ambientais no Brasil.”

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