Banco Mundial

Em 2022, Brasil só deve crescer mais que Haiti e Paraguai na América Latina

Segundo Banco Mundial, crescimento global deve cair para 2,9% este ano; levantamento não inclui dados da Venezuela, por falta de confiabilidade dos dados

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Foto: Fernanda Carvalho/ Fotos Públicas

Levantamento divulgado pelo Banco Mundial, nesta terça-feira, 7, prevê um crescimento da economia do Brasil maior apenas do que o Haiti (-0,4%) e o Paraguai (0,7%), entre os países da América Latina e Caribe, apesar de uma alta de 1% de janeiro a março sobre o trimestre anterior, segundo dados do IBGE. A expansão, de acordo com o relatório Perspectivas Econômicas Globais (Global Economic Prospects), deve perder força graças à inflação de dois dígitos e ao baixo investimento no país.

A previsão do Banco Mundial é que o Brasil veja uma alta em sua economia de apenas 0,8% em 2023 – menos de 1/3 da alta de 3% esperada para a economia global, e de metade da alta de 1,9% prevista para a América Latina.

Assim, o crescimento brasileiro, tanto este ano quanto no próximo, deve ser menor que as altas esperadas para o México e a Argentina: enquanto o primeiro deve crescer 1,7% e 1,9% em 2022 e 2023, respectivamente, o segundo deve ver altas de 4,5% e 2,5%.

Economia mundial

A previsão do Banco Mundial é de que o crescimento global caia de 5,7%, em 2021, para 2,9% este ano, “significativamente abaixo” dos 4,1% previstos em janeiro.

O Banco Mundial estima que o crescimento global se mantenha nesse ritmo em 2023-24.

O resultado deve-se à guerra na Ucrânia, que interrompe a atividade econômica, o investimento e o comércio a curto prazo, economias com “rendimentos médios e baixos” que este cenário de fraco crescimento econômico e inflação elevada acarreta, ocasionando em um “risco aumentado de estagflação”, tudo isso “agravando os danos da pandemia de covid-19”.

O relatório de junho das Perspetivas Econômicas Globais do Banco Mundial faz a primeira avaliação sistemática de como as condições econômicas atuais se comparam com a estagflação da década de 70, dando ênfase ao impacto que pode ter nos mercados emergentes e nas economias em desenvolvimento.

A recuperação da estagflação da década de 70 exigiu significativos aumentos das taxas de juro nas principais economias desenvolvidas, que desempenharam papel fundamental no desencadear de uma série de crises financeiras nos mercados emergentes e nas economias em desenvolvimento.

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