Preocupação com o futuro

Banco Mundial promete US$ 200 bilhões para combater mudança climática

Dinheiro deve ser investido entre 2021 e 2025

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O anúncio foi feito nesta segunda (3) durante as negociações da Conferência do Clima da ONU. Foto: Twitter (Kristalina Grigorieva)

O Banco Mundial vai liberar US$ 200 bilhões (cerca de 773 bilhões de reais) para “apoiar países a tomarem ações climáticas ambiciosas”. O dinheiro deve ser investido entre 2021 e 2025. O anúncio do plano de investimento foi feito nesta segunda-feira, 3, durante a Conferência do Clima da ONU (COP24), na Polônia, com a missão de encontrar as fórmulas para implementar o Acordo de Paris de 2015, que pede para se frear o aquecimento global baixando de forma drástica as emissões poluentes.

De acordo com Kristalina Georgieva, CEO do Banco Mundial, metade desse dinheiro deve ir para “construir casas, escolas e infraestruturas melhor adaptadas, e investir em agricultura inteligente, gestão sustentável de água e redes de segurança social.”

“Cabe a cada um de nós fazer tudo o que pudermos para lidar com as mudanças climáticas. Se não o fizermos, nossos filhos e netos não nos perdoarão”, declarou Georgieva durante a COP24, que acontece até 14 de dezembro em Katowice, na Polônia.

Em nota o presidente do Grupo Banco Mundial, Jim Yong Kim, pediu à comunidade global que tome mais ações contra a mudança climática.

“A mudança climática é uma ameaça existencial para os mais pobres e vulneráveis do mundo. Estes novos objetivos demonstram o quanto seriamente estamos levando esta questão”, afirmou em comunicado o presidente.

Algumas das ações incluirão o apoio a previsões de alta qualidade, sistemas de alerta antecipado e serviços de informação climática para melhor preparar 250 milhões de pessoas em 30 países em desenvolvimento para riscos climáticos. Além disso, os investimentos esperados construirão sistemas de proteção social mais sensíveis ao clima em 40 países e financiarão investimentos em agricultura inteligente em 20 nações.

O financiamento de ações para lidar com as mudanças no clima é um dos temas em discussão na Conferência, que tenta definir um “livro de regras” sobre como deve funcionar o Acordo de Paris, ratificado em 2015.

Os países do Hemisfério Sul esperam que a comunidade internacional amplifique seus objetivos de redução de emissões de gases que provocam o efeito estufa. Além disso, pretendem recordar ao Norte a promessa de aumentar o financiamento das políticas climáticas nos países em desenvolvimento a 100 bilhões de dólares por ano até 2020.

“O grupo dos PMA (Países Menos Avançados) representa quase um bilhão de pessoas. Elas são as menos responsáveis pela mudança climática, mas as mais vulneráveis a suas consequências”, comentou antes da conferência o presidente da delegação, o etíope Gebru Jember Endalew, que apontou a necessidade de “bilhões de dólares” para financiar estas políticas.

O Banco Mundial contribuirá com a metade dos fundos do plano, enquanto o resto será arrecadado pela Corporação Financeira Internacional, pela Agência Multilateral de Garantia de Investimentos e recursos de capital privado.

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