Após 21 anos, Cade aprova compra da Garoto pela Nestlé
Fábrica da Garoto em Vila Velha será mantida no mínimo por sete anos

O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aprovou nesta quarta-feira (7), após 21 anos, a aquisição da Chocolates Garoto pela Nestlé Brasil. As tentativas e impasses sobre a compra da empresa capixaba pela transnacional da Suíça duraram mais de duas décadas.
A disputa envolve o cuidado para evitar monopólio do mercado de chocolate no país. Na tratativa, ficou definido que a Nestlé deverá manter em produção a fábrica da Garoto em Vila Velha, durante o período mínimo de sete anos.
O aval do Tribunal foi condicionado à celebração de Acordo em Controle de Concentrações (ACC), que prevê uma série de “remédios comportamentais” para preservar a concorrência no mercado brasileiro de chocolates.
O ACC também será utilizado como acordo judicial, que põe fim ao processo que tramita na Justiça. A Nestlé comprou a Garoto em fevereiro de 2002, mas a operação foi vetada pelo Cade dois anos mais tarde, em fevereiro de 2004, pois resultaria em uma concentração de mais de 58% do mercado nacional de chocolates.
Fundada no Espírito Santo há 94 anos, a Garoto, ao longo de décadas, lançou marcas icônicas e muito queridas no Brasil e no exterior como Baton, Serenata de Amor, Talento, Crocante e Caribe, além da tradicional caixa amarela, que foi a primeira caixa de bombons do Brasil e hoje é a mais vendida no país. Além das inovações e melhorias de produto, ao longo destes anos a marca recebeu investimentos robustos de mídia para fortalecimento da marca Garoto por meio das campanhas “Só o Cacau Explica” e patrocínio de grandes eventos esportivos como a Copa do Mundo FIFA 2014 e a transformação da Corrida 10 Milhas Garoto, passando a incorporar o calendário oficial de corridas de rua do Brasil.