Naufrágio em cargueiro

Porsche e a rara reabertura de uma linha de montagem já finalizada

A alemã refez quatro 911 GT2 RS após incêndio e naufrágio de navio

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Porsche 911 GT2 RS. Fotos: Porsche Stuttgart/Divulgação

No início deste ano, a Porsche finalizou a linha de produção da série especial GT2 RS do 911 de sétima geração. Quatro felizardos brasileiros receberiam em breve seus modelos, no entanto, um incêndio no navio que traziam os esportivos — e outros três mil veículos — complicou a entrega.

Em março, o cargueiro Grande America teve um incêndio quando navegava no Oceano Atlântico, a 330 quilômetros da costa francesa. As 27 pessoas a bordo foram resgatadas. No entanto, o navio afundou e levou para o fundo do mar toda a carga, com os veículos de várias montadoras, entre eles, os 37 Porsches, sendo os quatro 911 GT2 RS.

O grande aerofólio traseiro é um dos destaques do esportivo.

A série especial do 911 é equipada com o clássico motor boxter de seis cilindros que gera 700 cavalos de potência e é capaz de ir dos 0 aos 100km/h em míseros 2,8 segundos, com velocidade máxima de 340km/h. O preço? Acima dos R$ 2.3 milhões.

A marca, como todas as outras, se prontificou a reenviar todos os modelos naufragados. O problema eram os quatro modelos especiais. Mais uma vez a montadora mostrou porque é admirada mundialmente. Em uma atitude de raro posicionamento, a Porsche resolveu reabrir a linha do GT2 RS para produzir outras quatro unidades do 911. 

Os quatro modelos chegaram no Brasil pelo porto de Vitório (ES).

No entanto, segundo a marca, isso só foi possível porque a adequação da fábrica para iniciar a produção em série da oitava geração do 911 ainda não havia sido iniciada, estava marcada para dois dias depois. Se esse processo já estivesse em andamento, a reposição dos quatro 911 GT2 RS seria impossível.

Tão logo recebeu a resposta positiva da Porsche AG, a Porsche Brasil enviou aos proprietários dos quatro 911 GT2 RS uma carta informando-os do naufrágio e mencionando que, em uma situação normal, não seria possível repor o veículo. 

Foram quatro modelos refeitos: dois pretos, um branco e um violeta.

“Porém, devido à natureza da situação e por considerá-lo um cliente altamente valioso para a marca, a Porsche decidiu reativar a produção deste modelo em sua fábrica e produzir o seu veículo em abril”, prosseguia a carta, assinada pelo Diretor Presidente da Porsche Brasil, Andreas Marquardt, e pelo diretor de marketing, Thomas Klein Reesink. 

No dia 8 de junho, o navio Grande Nigéria chegou ao porto de Vitória, no Espírito Santo, com os quatro 911 GT2 RS. De lá, foram enviados para os Porsche Centers nos quais foram encomendados. Três carros (de cores branco, preto e violeta) foram entregues a seus compradores pela Stuttgart (dois em São Paulo e um em Curitiba). 

O interior destaca o lado esportivo do 911 GT2 RS.

Outro, também preto, foi enviado ao Porsche Center BH, em Belo Horizonte. O prazo previsto pela Porsche Brasil foi plenamente cumprido. No fim de junho, os quatro 911 GT2 RS estavam nas garagens de seus respectivos proprietários.

Porsche 911 GT2 RS.

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