Empreendedorismo

O desejo de ser dono do próprio negócio

Comerciante mostra que perseverança é o segredo para alcançar o sucesso como patrão

acessibilidade:

Goiânia – O comerciante Valdir Marcório Júnior, de 29 anos, nunca gostou de depender de ninguém. Aos 15 anos lavava carros na porta de casa, no Setor Coimbra, para ganhar dinheiro. “Não aguentava mais pedir dinheiro para o meu pai.” Após alguns meses na rua, começou a vender calçados numa empresa da vizinhança. Aprendeu desde a arte de fabricação até técnicas de negociação nos seis anos em que foi empregado – chegou a ser gerente.

Com a febre dos pneus usados em Goiânia (GO), no início dos anos 2000, Valdir vislumbrou a possibilidade de ter o próprio negócio. Revela que ganhou muito dinheiro no período, mas a alegria durou pouco – o governo proibiu a importação de pneus usados logo em seguida. “O tempo foi pouco (cerca de um ano), mas descobri que tinha a veia empreendedora.”

Entusiasmado, Valdir começou a fabricar calçados, mas não teve sucesso. Resolveu, então, voltar a ser empregado (representante de empresa de material hospitalar) e fazer faculdade. Parou com as duas atividades. Conseguiu emprego em uma cerealista e voltou à atividade que mais gosta, compra e venda. Com boas amizades e dinheiro no bolso enxergou, novamente, a chance de ser patrão. “Foi meu segundo erro”, diz, hoje, aos risos.

O jovem comprou uma cerealista de sócio com o ex-sogro, a Feijão Patriarca. Investiu tudo que tinha ganho como empregado. E ficou sem nada. “Chegamos a ter 30 funcionários. Vendia para o governo e dezenas de restaurantes. Éramos grandes. Saí na lona, sem um único real.”

Como todo bom brasileiro, Valdir não desiste nunca. Ao lado de dois sócios, entrou no negócio de frutas. Comprava no Ceasa e entregava em feiras, supermercados e vendedores ambulantes. Mais uma vez, quebrou. “Fiquei sem dinheiro até para o cigarro”, brinca. “Fui morar na roça para me recuperar do choque.”

Em julho de 2012, com R$ 400 emprestados pelo pai, o empreendedor voltou à ativa. Como sabia fazer sandálias rasteirinhas e sapatilhas, iniciou a produção no quintal de casa, no Setor Novo Horizonte, em Goiânia. O negócio, enfim, prosperou. Seis meses depois, a Andreia Calçados Indústria e Comércio alcançou faturamento de R$ 17 mil.

“Nessa época, minha mulher (Andreia Rodrigues Correia, 20) vendia calças jeans na Avenida 44 (ponto tradicional de comércio popular na capital) e ganhava salário mínimo. A loja que ela trabalhava tinha faturado, em janeiro, R$ 15 mil. Eu falei pra ela vir trabalhar comigo para termos muito mais sucesso”.

No início, o casal negociava os calçados na porta de casa e nas feiras livres. Faturamento entre R$ 20 mil e R$ 30 mil por mês, no máximo. Em agosto, após criar um e-commerce, as vendas saltaram para R$ 150 mil. O empresário destaca ainda que a produção de fundo de quintal agora está numa fábrica climatizada. Não existem mais vendas na porta de casa. Com a ajuda do Sebrae empresa é 100% e-commerce.

“Todo mundo falava no Facebook, que eu nunca tinha entrado. Resolvi montar uma página lá pra vender. Mas eu não entendia muito de comércio eletrônico. Foi aí que entrou o Sebrae. Fui na agência pedir ajuda. E nossa empresa mudou graças à consultoria que tive. O Ariovaldo me ensinou a vender por meio da internet.”

Com o crescimento das vendas, Valdir terceirizou a fabricação de sapatilhas – continua fazendo rasteirinhas, com ajuda de funcionários. São sete colaboradores de maneira direta na Indústria e pelo menos 100 nas duas fábricas de calçados que ele terceiriza. As vendas são feitas para todo o país, despachadas pelos Correios.

Indagado sobre o segredo do sucesso, o jovem diz que é perseverança e muito trabalho. “Não sou de desistir. E tenho certeza de que não vou mais quebrar. O Sebrae fez consultoria no meu negócio recentemente. Não encontrou nada de errado. Só recebi elogios. Agora, enfim, estou no caminho certo.”

Contato: 

Andreia Calçados: (62) 3622-3340

www.andreiacalcados.com.br

Avenida C, Qd. 54, Lt. 07, Setor Novo Horizonte, Goiânia -GO

Central de Relacionamento Sebrae: 0800 570 0800

 

Mais informações: 

Oficina de Comunicação: (62) 3225-4899

Warlem Sabino: (62) 9646-9037

Reportar Erro