Ressurreição

Novos hábitos de consumo fortalecem mercados de vizinhança

Com inflação baixa, consumidores não querem passar horas em hipermarcados e voltam a procurar pequenas lojas em seus bairros

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Brasília – Os novos hábitos de consumo do brasileiro estão provocando uma mudança no segmento de hipermercados do país. Com menos tempo disponível para passar horas fazendo as compras do mês, o consumidor passou a buscar comodidade, proximidade e praticidade na hora de abastecer a casa. Com isso, um modelo de negócio que tinha perdido espaço e prestígio, volta a ganhar força no Brasil: os minimercados ou mercados de vizinhança.

Segundo dados do Instituto de Pesquisa Provar, as pessoas vão hoje cerca de 3,7 vezes ao mês a pequenas lojas de autosserviço ? o que representa uma ida por semana no ponto de venda. Antes do Plano Real, em época de inflação descontrolada e necessidade de estocar produtos em casa para evitar os preços altos, esse percentual de frequência era de 1,2 visitas por mês.

O resultado é que um número cada vez maior de consumidores prefere os pequenos estabelecimentos do bairro para comprar algum item em falta na geladeira, o que representa uma enorme oportunidade de negócios. O problema é que, muitas vezes, as pessoas encontram prateleiras bagunçadas, embalagens amassadas, produtos misturados e amontoados como em um depósito. Esses erros comuns, cometidos por muitos empresários, terminam afastando os clientes.

Para evitar esse tipo de falha e contribuir para uma melhor gestão dos empreendimentos, o Sebrae irá montar uma Loja Conceito de um Minimercado na 34ª Feira e Convenção Anual da Associação Brasileira de Atacadistas e Distribuidores (Abad), que acontece em Curitiba entre os dias 4 e 7 de agosto. Esse é o maior encontro do segmento da América Latina. Com 106 metros quadrados de área e todas as seções que compõem um varejo de vizinhança (padaria, açougue, setor de frutas, legumes e verduras, e mercearia), a loja tem o objetivo de ensinar aos varejistas a maneira ideal de expor os produtos.

?Muitas vezes os empresários não colocam nas gôndolas as mercadorias de forma lógica. Misturam, por exemplo, sabão em pó com gêneros alimentícios, no lugar de oferecer os produtos de forma associada, como café, chá e açúcar. Além disso, alguns empresários usam a loja como estoque e empilham produtos na área de venda, dificultando o trânsito do consumidor e a localização dos itens. O estabelecimento fica poluído, o consumidor confuso e o varejista acaba perdendo vendas?, afirma Fabianni Melo, coordenadora nacional da Carteira de Minimercados do Sebrae.

O Brasil tem 407 mil pequenos negócios no segmento de varejo de alimentos, optantes pelo Supersimples Nacional. Importante para a economia brasileira, esse tipo de empreendimento é considerado uma das prioridades da atuação do Sebrae. ?Há um forte movimento dos hipermercados e supermercados para a interiorização. As grandes redes estão criando lojas com formatos de conveniência em bairros e em cidades com até 150 mil habitantes. Daí, elas passam a ser concorrentes dos minimercados, e este é um desafio?, adverte Juarez de Paula, gerente de Comércio e Serviços do Sebrae.

O estande do Sebrae na Feira da Abad será dividido em três ambientes: um miniauditório onde ocorrerão 20 palestras voltadas para a capacitação dos empresários, a loja conceito que terá visitas guiadas e mostrará na prática como deve funcionar um minimercado e um espaço para atendimento dos empreendedores com consultores do Sebrae. ?A proposta é que o empresário chegue ao stand, seja apresentado à teoria do negócio e se capacite por meio das palestras, vivencie os conceitos da loja e depois receba orientações para fazer melhorias no seu estabelecimento?, explica Juarez de Paula. Os mercados de vizinhança, formados por lojas com até quatro caixas, respondem por 34,8% do volume de vendas do setor, segundo dados do Instituto de Pesquisas Nielsen.

Cerca de 200 expositores vão apresentar um mix dos melhores produtos do setor do varejo alimentar na Feira da Abad. O evento reúne atacadistas, indústrias de bens de consumo, fornecedores de produtos e serviços e profissionais da cadeia de abastecimento e deve gerar mais de R$ 20 bilhões em negócios. São esperados mais de 30 mil visitantes nos quatro dias da Feira.

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