Otimismo

Economista-chefe do Bradesco prevê retomada mais rápida no Brasil que a prevista

Crise é mundial, destaca Fernando Honorato, e não foi provocada por má gestão macroeconômica, como antes

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Fernando Honorato, economista-chefe do Bradesco - Foto: reprodução de vídeo da BandNews TV.

O economista-chefe do Bradesco, Fernando Honorato, afirmou nesta terça-feira (9) que a recuperação da economia brasileira será mais rápida do que parecia, até porque a recessão em curso não é culpa de erros de política econômica, mas sim algo que afeta todo o planeta. Ele apontou o agronegócio brasileiro, um dos mais competitivos do mundo, que colher a maior safra da História, como um dos “motores” da retomada.

Ele afirmou que é de -5,9% a projeção de crescimento negativo do Brasil em 2020, mas destacou que isso não decorre de má gestão macroeconômica, como aconteceu a partir de 2013. Honorato foi entrevistado no Jornal Gente, na Rádio Bandeirantes, nesta terça.

O especialista chamou atenção para o fato de que o Brasil, ao contrário de outros momentos, enfrenta a crise inflação sob controle e taxa de juros baixa, o que favorece o acesso ao crédito e o consumo. Sua aposta é que a taxa Selic, atualmente fixada em 3% ao ano, cairá para 2,25%, já na próxima reunião do Comitê de Política Econômica (Copom) do Banco Central.

Mas o economista-chefe do Bradesco alerta que a retomada no Brasil depois da pandemia vai passar, necessariamente, por uma mudança na estrutura da economia do País. Para ele, as reformas e o investimento em infraestrutura devem ser reforçados:

– “Gostaria que o governo tenha a clareza de acelerar os processos ligados às privatizações e às concessões público-privadas. O ambiente de crédito e de mercado de capitais permite”.

Fernando Honorato afirma ainda que uma “excelente saída” para o que ele chama de “tragédia humana”, referindo-se à pandemia – é pensar em setores que podem gerar empregos e diminuir desigualdades. Ele cita como exemplo o projeto do saneamento básico, que tramita no Congresso e estimularia investimentos.

Mesmo com a Selic no menor nível da série histórica, muitas empresas têm relatado dificuldades para ter acesso a crédito. Na avaliação de Fernando Honorato, uma parte dessas indústrias já estava com as contas comprometidas antes da crise, que apenas teria agravado o quadro.

Fernando Honorato foi entrevistado pelos jornalistas José Paulo de Andrade, Claudio Humberto, Thays Freitas e Pedro Campos, no Jornal Gente.

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