Estímulo em tempos de crise

Copom reduz a taxa básica de juros de 6% para 5,5% ao ano

Em comunicado, o Copom reafirmou que a conjuntura econômica prescreve uma política monetária que estimule a economia

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Em nota, o Banco Central (BC) explicou que a mudança aprimorará a concorrência no setor financeiro Foto: Reprodução

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, anunciou nesta quarta-feira, 18, um novo corte na taxa básica de juros. Em decisão unânime, a Selic caiu de 6% para 5,50% ao ano – o menor patamar desde que a taxa passou a ser utilizada como instrumento de política monetária, em 1999.

É o segundo corte da taxa no atual ciclo, após período de 16 meses de estabilidade.

Em meio à fraqueza da economia e aos índices controlados de inflação, a expectativa majoritária do mercado financeiro era de que a Selic passasse por um novo corte.

Em julho, o Copom cortou a taxa de 6,50% para 6% ao ano, logo após a aprovação da reforma da Previdência na Câmara, e afirmou que faria novas reduções.

Em seu comunicado, o Copom reafirmou que a conjuntura econômica prescreve uma política monetária que estimule a economia.

“O Comitê avalia que a consolidação do cenário benigno para a inflação prospectiva deverá permitir ajuste adicional no grau de estímulo [a taxa básica]”, diz o comunicado divulgado após a reunião do Copom, que indica possibilidade de novos cortes.

A expectativa dos analistas é de outra redução dos juros, para 5% ao ano, na reunião do Copom marcada para os dias 29 e 30 de outubro. Algumas instituições projetam que a Selic possa chegar a 4,50% no último encontro do comitê neste ano, em 10 e 11 de dezembro.

A taxa básica serve de referência para as operações com títulos públicos e para o mercado interbancário. Nos empréstimos bancários para pessoas físicas e empresas, as taxas médias estão em 44% e 19% ao ano, respectivamente, de acordo com o Indicador de Custo do Crédito do BC para o mês de julho.

A Selic chegou a 7,25% em 2012, no governo Dilma Rousseff, mas voltou a subir durante a gestão da petista. No governo Michel Temer, os juros atingiram a mínima de 6,50% ano.

A nova rodada de cortes da taxa básica se dá em um contexto de fraco de crescimento da economia, inflação abaixo da meta, desemprego elevado e queda de juros em países desenvolvidos e emergentes.

O Copom não avalia mais que o cenário externo seja benigno, mas afirma que a adoção de “estímulos monetários adicionais nas principais economias, em contexto de desaceleração econômica e de inflação abaixo das metas, tem sido capaz de produzir ambiente relativamente favorável para economias emergentes”.

“Entretanto, o cenário segue incerto e os riscos associados a uma desaceleração mais intensa da economia global permanecem”, afirma o Copom.

O BC afirma que uma eventual frustração em relação à continuidade das reformas e à “perseverança nos ajustes necessários na economia brasileira” pode afetar a trajetória da inflação.

“O risco se intensifica no caso de deterioração do cenário externo para economias emergentes”, diz a instituição.

A depreciação recente do real em relação à moeda norte-americana é um dos riscos para a política monetária, mas a avaliação do mercado é que não haverá repasses significativos para os preços. (Com informações da Folhapress)

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