Cade investiga se grandes bancos tentam prejudicar corretoras de criptomoedas
Associação de moedas virtuais alega que instituições financeiras encerraram contas de corretoras sem justificativa
O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) abriu inquérito administrativo para investigar se seis bancos prejudicaram corretoras de criptomoedas com práticas de monopolistas. A investigação, iniciada a pedido da Associação Brasileira de Criptomoedas e Blockchain (ABCB), vai apurar a atuação do Banco do Brasil, Bradesco, Itaú Unibanco, Santander Brasil, Banco Inter e a cooperativa Sicredi em relação ao fechamento de contas de algumas exchanges brasileiras.
Para a ABCB, os bancos que já encerram contas de inúmera exchanges e bloquearam seus fundos com a simples alegação de “não haver interesse comercial deste banco em sua manutenção”, estão impondo restrições ao acesso de corretoras de criptomoedas ao sistema financeiro, o que impede o exercício de suas atividades, trazendo grande prejuízo às corretoras.
“As informações trazidas aos autos parecem demonstrar que, de fato, os principais bancos estão impondo restrições ou mesmo proibindo o acesso de corretoras de criptomoedas ao sistema financeiro, o que pode trazer prejuízos a essas corretoras”, concluiu a superintendência-geral do Cade.
O órgão, porém, negou o pedido apresentado pela associação de adoção de medida preventiva contra os bancos por não entender que existe urgência.
Ao Cade, os bancos alegaram que encerram as contas por entender que essas não seguem precauções para evitar atividades ilícitas.