Teste da Vez: Jeep Compass Longitude 4×4 mostra que o atual ainda vale a pena
Prestes a receber a mais importante atualização, o queridinho dos SUVs ainda faz bonito
No fim de abril, a Jeep apresentará as informações que ainda faltam sobre o novo Compass flex, que chega em maio às lojas Brasil afora. A marca já divulgou os preços e alguns dados importantes, como a nova motorização e o sistema Adventure Intelligence, sobre o primeiro facelift do SUV médio mais vendido do país.
Além disso, a marca já divulgou que as novas configurações diesel chegarão em junho. Como as versões normalmente são as mesmas, apenas com a diferença do motor e da tração, a apresentação das opções flex também nortearão como serão as 4×4. Vai faltar a confirmação da nova calibração do propulsor e dos preços.
Com isso, surge uma dúvida: quem está pensando em comprar uma unidade do líder disparado da categoria espera o novo ou aproveita possíveis promoções do atual? O questionamento é bem pertinente, após testar a versão de entrada com motorização diesel do Compass, a Longitude, podemos afirmar que, mesmo sem as novidades que virão, o utilitário manda muito bem e em qualquer terreno.
A questão sobre esperar, ou não, chega a ser simples. O novo virá com um visual mais moderno, principalmente com a nova central multimídia e com o sistema Adventure Intelligence e com a possibilidade de um motor mais forte, ainda não confirmado pela marca. Mas o atual pode ser encontrado com boas promoções país afora.
Atualmente, o preço sugerido do Compass Longitude 4×4 pela Jeep é de R$ 191.990, exceto para São Paulo, que ele pula para R$ 195 mil. Mas como ele está perto de mudar, é possível encontrar preços bem menores pelo país. De norte a sul, as concessionárias estão ofertando o modelo, até para poder “abrir espaço” para o novo, com preços que variam de R$ 157 mil a R$ 188 mil.
Com isso, se o motorista não se importar muito com as novidades que o Compass apresentará e também não quer esperar mais alguns meses para ter seu SUV 4×4 diesel, o atual ainda “faz bonito”, com um visual longe de estar defasado, um conjunto mecânico forte e pronto para qualquer terreno e uma lista de equipamentos relativamente generosa.
Contemporâneo
O Compass ainda conta com um design muito atual, tanto que para o novo o exterior quase não será alterado. O visual robusto fica pelos apliques de plástico — que também servem de proteção — nas caixas de roda, laterais e para-choques, que contam com um reforço maior, para aguentarem melhor ao andar em terrenos mais acidentados.
O interior é interessante. A versão que testamos conta com cabine em dois tons, com detalhes em preto e branco, principalmente nos assentos. Apesar de deixar o SUV mais elegante, não é muito prático, pois estamos falando de um carro pensado para encarar terrenos enlameados e cheios de terra, não será fácil manter sempre limpo.
No mais, a cabine é muito bem acabada, sem qualquer peça mal encaixada ou com rebarbas. Além disso, nas áreas de maior contato, a Jeep não economizou em couro ou plástico macio, deixando a vida a bordo mais confortável.
Falando de conforto, quatro adultos viajam tranquilamente, um quinto já gera um aperto desnecessário, o maior problema é o espaço lateral, para as pernas é muito bom. Outro detalhe que pode gerar reclamação é o tamanho do porta-malas, que poderia — deveria — ser maior, mas os 410 litros até que atendem bem.
Por ser de entrada, é ok
A lista de equipamentos do Compass Longitude é até bem servida, principalmente por ser a versão de entrada com motor diesel. Mas ao olhar para o preço cheio, principalmente com os opcionais, que faz o SUV bater nos R$ 200 mil, ele merecia mais.
De série ele vem com ar-condicionado digital, dual zone e com saída para traseira, abertura das portas e partida do motor com chave sensorial, central multimídia com tela de 8,4 polegadas com Apple CarPlay e Android Auto, display digital no painel de instrumentos de sete polegadas, retrovisores externos rebatíveis e interno eletrocrômico.
Na parte da segurança, ele conta com sensores de estacionamento traseiro, de chuva e crepuscular, câmera de ré, controles de tração, estabilidade, anticapotamento e trailer, auxiliar de partida em rampa, freio de estacionamento eletrônico, piloto automático, monitoramento de pressão dos pneus e conjunto óptico em LED.
A versão testada ainda contava com o Pack Premium que, por R$ 5,4 mil, acrescenta faróis de xenon, partida remota, sistema de som Beats de 506w e sistema de estacionamento automático. Poderia ter também ajustes elétricos para os bancos.
A jóia do rei
Um dos grandes diferenciais do Compass para os demais concorrentes é o conjunto mecânico turbo diesel. O SUV conta com um motor 2.0 de 170 cavalos e 35,7kgfm de torque, aliado a excelente transmissão automática de nove velocidades, direção elétrica, freios a disco e suspensão independente nas quatro rodas e o consagrado sistema 4×4.
Com esse conjunto, o SUV anda muito bem e não há manobra que ele não faça com facilidade. De ultrapassagens a retomadas de velocidades, basta pisar no acelerador (esperar o mini delay natural de motores diesel para a “turbina encher”) para ele disparar pelo asfalto e todos os movimentos são realizados com bastante segurança.
A direção elétrica progressiva deixa o volante leve, principalmente na hora de manobrar para estacionar e firme em alta velocidade, otimizando a segurança para o motorista. A suspensão independente faz com que o SUV role com conforto. O sistema não repassa as imperfeições do solo para a cabine. O consumo é excelente, no uso misto (off-road, cidade e estrada) ele fez 10,7km/l. Mas só na cidade, o número foi ainda melhor, de 12,9km/l.
Mas o maior destaque da versão, claro, é o sistema 4×4. O utilitário é equipado com o Jeep Active Drive Low com seletor para quatro tipos de terrenos (auto, snow, sand e mud), auxiliar de descida e pneus de uso misto. No fora de estrada, o sistema faz com que os Compass mostre que é um legítimo Jeep.
Durante nosso teste, rodamos em regiões com terreno bem acidentado, com bastante cascalho solto e valas em subidas e descidas e ele encarou tudo com extrema facilidade. A tração trabalha tão bem que, mesmo na hora de passar por uma vala, se alguma das rodas fica suspensa, sem tocar o solo, ele entende que não deve gerar força para ela, deixando-a travada e redirecionando a tração para as outras.
Com o auxiliar de descida, ativado por um botão no seletor da tração, o motorista pode deixar o próprio veículo cuidar da frenagem enquanto ele foca em ir pelo melhor caminho, principalmente se for uma descida íngreme ou com muitos obstáculos como valas, facilitando ainda mais a condução em momentos extremos.
A opinião do Diário Motor
Todos os atributos do Compass só corroboram porque ele é, disparado, o SUV médio mais vendido do país. Mesmo com a nova versão “batendo na porta” a atual ainda manda muito bem em todos os quesitos. O visual ainda é moderno e não faz feio, principalmente com o interior em dois tons, apesar do branco ser desproporcional em um veículo 4×4.
Falando da tração, o sistema atua muito bem, fazendo com que o SUV encare qualquer desafio fora de estrada com extrema facilidade, um dos maiores diferenciais do Compass, junto com o motor diesel. A caixa de força de 170 cavalos também trabalha bem, é forte, ágil e econômica.
O maior porém, como sempre, é o preço. No valor cheio ofertado pela Jeep, ele beira os R$ 200 mil com os opcionais. Mas como está perto de ser renovado, é possível encontrar boas promoções nas concessionárias da marca Brasil afora.
Para quem está em busca de um SUV com bom nível de equipamento, acabamento excelente, motor forte e ainda poder encarar uma trilha nos fins de semana, o Compass Longitude diesel é uma boa opção, mesmo com a renovação chegando “logo ali”. Vale a compra! Nota: 9.
Ficha Técnica
Motor: 2.0
Potência máxima: 170cv
Torque máximo: 45,7kgfm
Transmissão: automático de 9 velocidades
Direção: elétrica
Suspensão: independente nas quatro rodas
Freios: a disco nas quatro rodas
Porta-malas: 410 litros
Dimensões (A x L x C x EE): 1.638 x 1.819 x 4.416 x 2.636mm
Preço: R$ 191.900