Teste da vez

Testamos a Nissan Frontier Attack, versão intermediária boa de estrada da japonesa

Andamos, na terra e no asfalto, na versão focada no off-road da picape nipônica

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Nissan Frontier Attack. Fotos: Geison Guedes/DP e Nissan.

Testamos a nova versão — mas velha conhecida — da Nissan Frontier, a Attack, por ruas e estradas de chão em Brasília. A configuração mais aventureira da picape voltou neste ano como opção intermediária da japonesa. Utilizando o mesmo conjunto mecânico das demais, ela conta com visual e adereços voltados para o off-road e parte de R$ 155.590.

Para um modelo intermediário (mesmo de uma picape média), o preço — como de praticamente todos os veículos a venda no Brasil —, é fora da curva. Para se ter uma ideia, quando a atual geração foi apresentada, em 2017, a topo de linha custava apenas R$ 11 mil a mais que a Attack, saindo por R$ 166.990. 

Cabine simples e robusta para aguentar o tranco.

Mesmo assim, quando comparada com rivais de configuração (motor diesel, transmissão automática e tração 4×4) parecidas, ela é a segunda mais barata do segmento, perdendo em valor apenas para a Mitsubishi L200 Triton Sport GLS, que sai por R$ 149.990. 

A Ford Ranger XLS tem preço parecido (R$ 156.790), mas motor bem mais fraco, o 2.2 de 160 cavalos. Já as demais, são muito mais caras que a japonesa. A Chevrolet S10 LT AT (R$ 174.590), a Toyota Hilux SR (R$ 171.940) e a Volkswagen Amarok Comfortline (R$ 174.790), conseguem superar muito o valor da Frontier Attack. 

A Attack conta com diversos itens diferenciados, como o santo antônio.

A opção intermediária da japonesa utiliza o mesmo conjunto mecânico das demais versões da Frontier, com exceção da S, que tem transmissão manual, de resto, tudo igual. Para todas, o motor é um 2.3 biturbo diesel de 190 cavalos, câmbio automático de sete velocidades, tração 4×4, direção hidráulica e suspensão double-wishbone na dianteira e multilink na traseira. 

Além disso, a Attack conta com adereços que reforçam a capacidade off-road da picape. Ela vem com estribos laterais, rack de teto e santo antônio na caçamba e no para-choque dianteiro, todos em preto, assim como os espelhos retrovisores e as maçanetas. Outro diferencial do modelo são os pneus A/T de uso misto. 

Na terra e no asfalto

O foco da japonesa é o fora de estrada.

Como uma boa caminhonete, ainda mais com foco no off-road, a Frontier Attack não é das mais confortáveis para andar na cidade, principalmente por causa do porte, da ausência de alguns equipamentos, principalmente na hora de estacionar, e da suspensão mais rígida. 

Como qualquer picape média, a japonesa é grande (5.264mm de comprimento e 1.850mm de largura). A versão até tem câmera de ré, que ajuda, mas sensores de estacionamento seriam bem-vindos também, na hora de estacionar. Outro porém é a direção hidráulica, que não deixa o volante tão leve nas manobras e nem firme em velocidade. 

A suspensão trabalha bem em terrenos acidentados.

A suspensão, que trabalha muito bem no fora de estrada, é mais rígida, como deve ser em um utilitário off-road. Com isso, no asfalto ela tende a quicar — um problema que é comum em picapes, principalmente quando vazias. O incômodo é maior para quem vai atrás, os ocupantes da frente sofrem bem menos. 

O motor biturbo responde bem. Não tem o fôlego de um cinco cilindros, mas não deixa o motorista na mão em momento algum. Claro que existe o delay natural de motores turbo diesel. Mas assim que a turbina enche, a picape dispara pelo asfalto. 

O consumo ficou dentro da média.

Os 190 cavalos e 45,9kgfm de torque trabalham bem, permitindo manobras com segurança e facilidade. Ultrapassagens, saídas e retomadas de velocidade são feitas com tranquilidade e sem maiores problemas. O câmbio automático é macio e não tem trancos nas trocas e a sétima marcha dá um respiro maior ao motor. 

O consumo pode não parecer tão bom, durante a avaliação, ela fez 8,8km/l. Mas está dentro do oficial divulgado pelo Inmetro, que é de 8,9km/l na cidade. Como parte do teste foi realizado em estradas de chão e trilhas off-road, onde o gasto com combustível tende a ser menor, o resultado final foi bom. 

Alta capacidade

A Attack encara com facilidade qualquer desafio.

Falando de trilha e estrada de chão, é nesse tipo de terreno que a Attack se destaca. O sistema 4×4 é bem encaixado e muito bem calibrado como o de qualquer modelo da categoria. Um fator faz ela se destacar, os pneus A/T de uso misto. 

Com isso, muitas das manobras são facilitadas por causa dos pneus. Como eles são preparados para rodar em terrenos acidentados, tem momentos que só os compostos já fazem o trabalho de transpor um obstáculo. 

Os pneus de uso misto A/T ajudam no off-road.

Com os A/T, mesmo em trilhas mais pesadas com bastante cascalho, lama ou valas, quase não é necessário utilizar a tração reduzida. Assim, acaba que o sistema não é forçado ao extremo a todo momento, o que, com certeza, irá aumentar a vida útil da tração 4×4. 

Outro fator interessante é que, ao transpor áreas alagadas com muita lama, se o sistema identificar que não há tração, que as rodas estão girando livres, os controles atuam e cortam a aceleração para que os pneus não cavem, podendo atolar o veículo. Com isso, basta ativar o sistema 4×4, ou a reduzida, que a picape “se solta” com facilidade. 

Mediana

A lista de equipamentos é como a picape, intermediária.

A lista de equipamentos da Attack é bem básica, afinal, é uma versão intermediária — no caso a de entrada com câmbio automático. Tirando itens “obrigatórios” como ar-condicionado, vidros, travas e ajustes dos retrovisores elétricos e direção hidráulica, ela não vem com muito mais coisas. 

De diferencial, câmera de ré, central multimídia com tela de oito polegadas, conexão com smartphone via Android Auto e Apple CarPlay e duas portas USB, computador de bordo, controles de tração e estabilidade e auxiliares de descida e subida em rampa. 

Bancos em tecido e porta-copos para os ocupantes traseiros.

Mesmo se tratando de uma versão inicial (ou intermediária), a Frontier Attack poderia ser um pouco melhor no que se refere a lista de equipamentos, afinal, estamos falando de um veículo de R$ 155 mil. 

Entre os itens extra, poderia ter airbags a mais, sensor de estacionamento traseiro e luz de circulação diurna ou faróis automáticos, principalmente em cidades como Brasília, onde é preciso estar com as luzes acesas em praticamente todas as vias.

A opinião do Diário Motor 

Nissan Frontier Attack.

A Frontier Attack é uma boa pedida para quem procura uma picape diesel com câmbio automático e tração 4×4. O preço é salgado, como qualquer veículo no país, mas não foge do valor das concorrentes, sendo até bem mais baratas que algumas rivais. 

O conjunto mecânico é o grande destaque, do motor ao sistema 4×4. Equipada com pneus A/T de uso misto de fábrica, não tem obstáculo que ela não supere, seja no asfalto, seja na terra. E é na trilha off-road que ela se destaque, facilitando a vida do motorista em qualquer situação.

Visual off-road.

Como a maioria das picapes, a suspensão tende a quicar, ainda mais no asfalto (principalmente esses ruins que assola o Brasil). Mas na terra ela atua bem, otimizado a vida no off-road. 

O grande porém é a lista de equipamentos, que até é condizente com uma versão intermediária (ou inicial) como a Attack, mas que poderia ser melhor, poderia. Ainda assim, a Frontier é uma boa opção. Vale o teste-drive com possível compra! Nota 7,8.

Ficha Técnica

Conjunto mecânico robusto.

Motor: 2.3 turbodiesel

Potência máxima: 190cv

Torque máximo: 45,9kgfm 

Direção: hidráulica

Suspensão: barra estabilizadora na dianteira e independente na traseira

Freios: a disco nas quatro rodas

Capacidade de carga: 1.050kg 

Dimensões (A x L x C x EE): 1.855 x 1.850 x 5.250 x 3.150mm 

Preço: R$ 155.590

Nissan Frontier Attack.
Nissan Frontier Attack.
Nissan Frontier Attack.
Nissan Frontier Attack.
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Nissan Frontier Attack.
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Nissan Frontier Attack.
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Nissan Frontier Attack. Fotos: Geison Guedes/DP e Nissan.
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