Testamos a melhor e mais cara forma da Chevrolet S10, a High Country
Mesmo sendo a picape média mais barata entre as topo de linha, o preço ainda assusta
No último face-lift, realizado no ano passado, a Chevrolet modificou bem o visual dianteiro da versão topo de linha da S10, a High Country. Além disso, a marca resolveu incrementar a lista de equipamentos da picape média, uma das mais vendidas do país.
Além do visual renovado da High Country, nosso Teste da Vez, a S10 ganhou novos itens de conforto e de segurança. Mas ainda assim, faltam equipamentos já presentes nas principais concorrentes, a marca peca em três itens que poderiam estar presentes na picape.
Além disso, ela tem outro problema, como “110%” dos veículos vendidos no Brasil, no preço. A topo de linha custa assustadores R$ 234.360, são mais de R$ 22 mil de aumento do lançamento para cá. O mais surreal é que, mesmo com esse valor absurdo, a High Country é a mais barata entre as versões mais completas das picapes médias.
Apesar de utilizar o mesmo motor, o já consagrado 2.8 diesel, a marca trocou a turbina, usando a mesma que equipa a Colorado americana, irmã gêmea da S10. O que deixou a picape mais esperta, com acelerações mais otimizadas.
Mais agressiva
Na parte visual, as alterações focaram a dianteira, que mudou drasticamente. A frente segue o novo padrão visual da linha de utilitários globais da Chevrolet. A grande novidade ficou pela mudança de local do símbolo da marca.
Em vez de ir centralizada na grade — que foi totalmente escurecida –, como de costume, a gravata está no canto inferior esquerdo. No antigo lugar, o nome da marca. O que dá um ar mais esportivo à picape. Na traseira, a High Country mantém o santo antônio diferenciado, assim como a moldura para a capota marítima.
Ela ainda vem com estribos laterais, que ajudam muito na hora de embarcar, já que é um veículo alto, e rack de teto. Essas peças, assim como as rodas, são escurecidas, elevando o estilo esportivo da picape. Ela conta com detalhes cromados nos espelhos retrovisores e no para-choque traseiro, fosse em preto, seria até mais interessante.
Por dentro, nenhuma novidade, tudo exatamente como antes. O acabamento continua muito bem feito, sem nenhuma rebarba ou peça mal encaixada. Um destaque da cabine é a tela da central multimídia, com uma qualidade muito acima da média. O espaço traseiro é muito parecido com o de todas as picapes médias, leva até cinco adultos com certo conforto.
Ainda pode melhorar
A lista de equipamentos da S10 melhorou bem, principalmente na parte da segurança. Mesmo assim, ainda faltam alguns itens para elevar de vez a qualidade da picape e que estão presentes em várias concorrentes. Ela não conta, por exemplo, com faróis em LED, abertura das portas e partida do motor com chave sensorial e o ar-condicionado só tem uma zona.
Na parte da segurança, ela já contava com uma boa lista, como seis airbags, monitoramento de pressão dos pneus, controles de tração e estabilidade, assistente de partida em rampas, piloto automático, DRL em LED, acendimento automático dos faróis e sensores de chuva e de estacionamento dianteiro e traseiro.
Ela também já era equipada com alertas de colisão frontal e de saída involuntária de faixa e agora ganha frenagem autônoma de emergência. O sistema freia o veículo automaticamente ao identificar uma situação de risco envolvendo um carro ou pedestre à frente. O recurso funciona de 8km/h a 80km/h e pode mitigar ou até mesmo evitar um acidente.
No quesito comodidade, ela vem com a central multimídia com tela de alta definição de oito polegadas e espelhamento sem fio, retrovisor externo com rebatimento elétrico, partida remota por meio do aplicativo MyChevrolet, ar-condicionado digital, ajuste elétrico para o bando do motorista e sistema OnStar. A novidade fica pelo wi-fi para até sete dispositivos.
Asfalto e terra
A S10 conta com um dos melhores conjuntos mecânicos entre as picapes médias e não é de hoje. A caminhonete utiliza um motor 2.8 turbo diesel de excelentes 200 cavalos e ótimos 51kgfm de torque, um dos maiores da categoria, perde apenas para a Volkswagen Amarok e seu poderoso propulsor V6.
Ela conta com transmissão automática de seis velocidades, tração 4×4 e a direção é elétrica, um dos pontos fortes da S10, já que apenas ela e a Ford Ranger contam com o equipamento que ajuda e muito durante a condução. Em velocidade alta, o volante fica mais firme, aumentando a segurança, em baixa, ele fica leve, otimizando o conforto em manobras de estacionamento, por exemplo.
Com a nova turbina, a mesma que equipa a americana Colorado, a S10 está mais esperta. Naturalmente, motores diesel e em conjunto com transmissão automática, costumam contar com um pequeno delay nas respostas imediatas. Com o novo equipamento, a picape perdeu boa parte desse atraso, o que otimiza bem as manobras.
Claro que ela ainda tem que esperar a turbina “encher” para poder disparar pelo asfalto. Mas esse espaço de tempo está bem menor, o que facilita na hora de realizar ultrapassagens, saídas e retomadas de velocidade. Os 200 cavalos e o alto torque trabalham com vitalidade, deixando as manobras bem seguras. O deslize fica por ter freios a disco apenas na dianteira, na traseira é tambor.
Apesar de ter um ar mais urbano, a High Country manda muito bem no fora de estrada também. Não há obstáculo que ela não ultrapasse com facilidade. Além do forte sistema 4×4, com opção de reduzida, ele conta com pneus de uso misto, o que facilita ainda mais na hora de encarar um terreno mais acidentado.
Dessa forma, valas, lama, pista com cascalho solto, nada disso é problema para a S10. Em descidas, basta utilizar o auxiliar que a própria picape cuida da frenagem, deixando o motorista focado em escolher o melhor caminho. O consumo ficou em uma média boa, durante o teste, rodando bem no fora de estrada, ela fez 8.2km/l.
A opinião do Diário Motor
A S10 não é uma das picapes mais vendidas do mercado à toa. Com um ótimo conjunto mecânico, apesar do vacilo dos freios traseiros serem tambor e não a disco, passando pelo forte motor diesel e a confiável tração 4×4, ela manda bem em qualquer terreno. O maior problema até então, era a lista de equipamentos.
Mas isso mudou com a última atualização, além da bem-vinda alteração visual, a High Country ganhou bons itens de conforto e de segurança, principalmente com o wi-fi nativo e do sistema de frenagem automático.
Mesmo ainda faltando alguns itens, como chave sensorial e faróis full LED, ela ainda tem a seu favor o fator preço. Não que ele seja baixo, longe disso, afinal são mais de R$ 230 mil na versão topo de linha, mas ela ainda é a mais barata entre as opções mais completas das rivais.
Assim, quem está em busca de uma picape média, com bom nível de acabamento, sistema 4×4 forte, motor poderoso e não liga muito para os itens faltosos, a S10 é uma excelente opção. Vale a compra! Nota: 8,5.
Ficha Técnica
Motor: 2.8 turbodiesel
Potência máxima: 200cv
Torque máximo: 51kgfm
Direção: elétrica
Suspensão: independente na dianteira e eixo transversal na traseira
Freios: a disco na dianteira e tambor na traseira
Capacidade de carga: 1.049kg
Dimensões (A x L x C x EE): 1.847 x 1.874 x 5.408 x 2.101mm
Preço: R$ 234.360