Ruim para todos

Quase 80 mil empregos serão afetados com fechamentos das fábricas da Ford

Sindicatos de Camaçari e Taubaté apontam as perdas de postos de trabalho diretos e indiretos

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Só em Camaçari, 72 mil pessoas podem perder o emprego. Foto: STIM.

Nesta segunda-feira (11), a Ford pegou todo mundo de surpresa ao anunciar que acabará com a produção de veículos no Brasil e, consequentemente, fechará todas as fábricas no país. Com isso, muitos empregos serão afetados nas cidades onde as plantas estão instaladas. 

Segundo o Sindicato dos Metalúrgicos de Camaçari (STIM), na Bahia, — onde está concentrada a maior parte da produção e dos postos de trabalho da Ford no Brasil –, somente lá 72 mil empregos, entre diretos e indiretos, serão afetados pela decisão da montadora. 

Nos números da Ford, a empresa conta com pouco mais de seis mil trabalhadores no país. Com o fechamento das fábricas, cerca de cinco mil perderão o emprego. Mas o STIM afirma que a marca não coloca na conta os trabalhadores de fornecedores ligados diretamente à montadora em Camaçari, por isso os números são muito maiores. 

De acordo com o sindicato, ao todo, os empregos diretos (da própria Ford e de fornecedores) chegam a 12 mil. Os indiretos somam outros 60 mil. Como não há outra fábrica na região, a consequência é que todas as empresas ligadas a planta de Camaçari sejam fechadas, o que acarretaria na demissão de 72 mil pessoas. 

“O que está em jogo é o emprego direto de cerca de 12 mil trabalhadores — além dos outros 60 mil indiretos –, um dano gravíssimo à economia da Região Metropolitana de Salvador”, afirma Júlio Bonfim, presidente do STIM. 

Em Taubaté, a Ford conta com 830 funcionários. Segundo o Sindicato dos Metalúrgicos de Taubaté e Região (Sindmetau), ainda há cerca de 500 ligados a fornecedores e a cadeia indireta soma outros quatro mil. Com isso, o fechamento da fábrica na cidade paulista deve ocasionar a demissão de cerca de cinco mil trabalhadores.

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