Preço de veículos usados cresce 5,43% entre julho e setembro
Apesar do volume de vendas ter recuado, o tíquete médio passou para R$ 78.767, aponta pesquisa da MegaDealer
Em setembro, segundo dados da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave), 875.313 mil veículos leves usados foram comercializados no Brasil, uma redução de 14% perante agosto, que teve 1.017.978 unidades vendidas. Apesar da queda, estudo realizado pela MegaDealer aponta uma alta no tíquete médio, de 1,53%.
Segundo o PVU (estudo de performance de veículos usados), realizado pela MegaDealer com base em dados da plataforma Auto Avaliar, o tíquete médio de veículos usados no Brasil saiu de R$ 77.578 em agosto para R$ 78.767 em setembro, representando a segunda alta seguida, nos período, o valor médio subiu 5,43%. Apesar da alta, o valor praticado no mercado ainda está abaixo de junho (R$ 81.693).
“Há uma tendência de recuperação dos preços com a volta da normalidade após o impacto do programa de governo que estimulou a venda de carros novos por um curto período e desestabilizou o mercado de usados”, explica J.R. Caporal, CEO da Auto Avaliar.
Para se ter uma ideia, veículos produzidos entre 2012 e 2015 custavam, em média, R$ 45.135 em junho. Seus valores recuaram para R$ 41.190 em julho. Mas em agosto tiveram uma leve recuperação para R$ 42.488 e, em setembro, já estava em R$ 43.653. O tíquete médio é ainda 3,3% abaixo de junho, mas 2,7% acima de agosto.
O mesmo ocorreu com veículos ano/modelo 2016 a 2019 que em setembro custavam, em média, R$ 71.218, queda de 4,8% na comparação com junho, mas 1,7% acima do mês de agosto. A menor recuperação foi apresentada pelo segmento 2020 a 2022, cujo preço está em R$ 102.567, apenas 0,6% acima do valor de agosto e 5,1% abaixo de junho.
Segundo Caporal, não é possível afirmar que há uma “inflação” no preço dos veículos usados, pois os resultados obtidos no estudo podem estar apenas identificando uma mudança no comportamento do consumidor.
“Margem bruta e tíquete médio maiores não significam que os preços dos veículos usados subiram. Pode ser que pessoas que compravam carros com mais tempo de uso, passaram a comprar veículos um pouco mais novos ou com mais opcionais que, naturalmente, custam mais. Isso faz o tíquete médio subir.”